O estudante João Antônio Barros Zola, de 15 anos, conquistou um feito inédito: tornou-se o brasileiro mais jovem a escalar o Monte Elbrus, ponto mais alto da Europa, localizado na Rússia. A aventura teve inspiração dentro de casa. João decidiu acompanhar os pais, o médico oncologista Fábio Zola e a administradora rural Patrícia Azevedo Barros Zola, ambos com histórico esportivo de longa data.
Patrícia e Fábio já foram atletas de triathlon e Ironman. Ela iniciou no esporte em 1998 e ele em 2009, participando de diversas competições até a pandemia, quando interromperam os treinos. Em 2022, o casal realizou a trilha do Salkantay, no Peru, e se apaixonou pelo trekking. Desde então, não pararam mais, acumulando experiências no Acampamento Base do Everest, no Kilimanjaro e no Aconcágua.
O projeto do casal agora é completar os “7 cumes”, escalando as montanhas mais altas de cada continente. Na etapa do Elbrus, receberam um pedido inesperado: João queria se juntar a eles na expedição como presente de aniversário de 15 anos.
Apesar da pouca idade, João já é ativo fisicamente e se dedica especialmente à natação. Mesmo assim, os pais tiveram cautela e prepararam o filho com um treinamento específico. “Explicamos todas as dificuldades, riscos e rotina de atingir um cume como esse e ele topou. Iniciamos uma preparação específica com caminhadas com bota dupla e mochila em esteira de elevação adicionado a treinos de propriocepção e força”, contou Fábio Zola.
Os desafios da escalada
Durante a escalada, o frio intenso foi um dos maiores desafios. A família monitorava constantemente os sinais vitais de João e avaliava se ele queria parar ou continuar. “A exposição a situações desafiadoras de clima, cansaço e esforço em família fortalece muito nossos laços de confiança e afeto. E ser o brasileiro mais novo no cume não era um objetivo, mas descobrimos isso quando retornamos e pesquisamos se havia alguém do Brasil mais jovem. A emoção de chegar em família é algo indescritível principalmente nessa jornada que foi desafiadora com tempo fechado, neve, temperatura de menos 17 e ventos de 50 km/h”, revelou Fábio.
A expedição contou com o apoio dos guias brasileiros Carlos Santalena e Olivia Bonfim, que já conheciam João de uma escalada na Pedra do Baú. “Essa montanha é um desafio contínuo, desde a entrada na emigração russa até o idioma pois poucos falam inglês nessa região. O frio também incomoda pela nossa falta de hábito a tanto tempo exposto a neve e ventos congelantes”, completou.
João, por sua vez, destacou o frio e as rajadas de vento como as maiores dificuldades, mas celebrou intensamente a conquista. “Queria muito chegar e acreditei nisso o tempo todo, mas pisar no cume foi demais, foi algo inacreditável”, contou.
Para os pais, a experiência foi muito além da escalada. “Para nós, pais, o fato de ele ter sido submetido a um desafio em condição extrema com necessidade de concentração na caminhada, motivação para não desistir, vencer o frio, o cansaço e o medo, foi uma lição de vida para ele levar para sempre. Em um mundo cheio de facilidades, acreditamos que criar desafios pode ser algo enriquecedor na vida de qualquer jovem e torna-los mais fortes e determinados”, complementou o pai.























1 comentário
Que feito incrível do João!
Eis um nome promissor do montanhismo nacional.