Os protestos anticorrupção no Nepal seguem em meio a uma escalada de violência que já resultou em 51 mortes. As manifestações começaram após o governo anunciar, na semana passada, a proibição do uso de redes sociais. Mas a repressão policial, em 08/09, com uso de gás lacrimogêneo e balas de borracha, deixou 19 pessoas mortas e intensificou a mobilização popular.
No dia 11/09, o Exército retomou as negociações com os jovens da chamada “Geração Z”, que lideram os protestos, para discutir a escolha de um líder interino para o país. Enquanto isso, as forças militares assumiram o controle de cidades como Katmandu, impondo patrulhas e toque de recolher entre 19h e 6h, além de restrições durante o dia.
Apesar das divergências políticas internas, as autoridades do Nepal destacam que estão empenhadas em manter estrangeiros e turistas seguros. O turismo, em especial para as trilhas e montanhas, é uma grande fonte de renda para o país.
Para proteger turistas e montanhistas, foram criadas medidas emergenciais, como ônibus gratuitos entre o Aeroporto Internacional Tribhuvan e o centro de Katmandu, oferecidos pelo Conselho de Turismo do Nepal. Além disso, a imigração flexibilizou vistos e autorizações de saída para viajantes que precisem circular durante o toque de recolher.
Ainda que a capital e outras cidades estejam sob forte controle militar, a rotina nas montanhas segue praticamente inalterada. Trilhas que levam a acampamentos base de montanhas de 8.000 metros permanecem abertas e as licenças de escalada para os principais picos foram retomadas. Contudo, o Departamento de Imigração suspendeu temporariamente a emissão de permissões para picos menores em áreas sensíveis. Aqueles que já possuem licenças só podem seguir viagem se autorizados pelas autoridades locais.
O Exército, no entanto, desaconselha que turistas deixem Katmandu por estradas até que a situação de segurança melhore. “Por favor, aguardem até que o Exército alivie as condições. Não planejem viajar por estrada agora”, diz um comunicado oficial.
Enquanto o Nepal enfrenta um dos maiores levantes populares de sua história recente, a recomendação para os viajantes é de cautela redobrada, especialmente em Katmandu e outras áreas urbanas.

















