Protestos anticorrupção no Nepal deixam 51 mortos, enquanto autoridades se empenham pra manter turistas seguros 

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Os protestos anticorrupção no Nepal seguem em meio a uma escalada de violência que já resultou em 51 mortes. As manifestações começaram após o governo anunciar, na semana passada, a proibição do uso de redes sociais. Mas a repressão policial, em 08/09, com uso de gás lacrimogêneo e balas de borracha, deixou 19 pessoas mortas e intensificou a mobilização popular.

Templos em Kathmandu antes do toque de recolher. Foto: Pedro Hauck

No dia 11/09, o Exército retomou as negociações com os jovens da chamada “Geração Z”, que lideram os protestos, para discutir a escolha de um líder interino para o país. Enquanto isso, as forças militares assumiram o controle de cidades como Katmandu, impondo patrulhas e toque de recolher entre 19h e 6h, além de restrições durante o dia.

Apesar das divergências políticas internas, as autoridades do Nepal destacam que estão empenhadas em manter estrangeiros e turistas seguros. O turismo, em especial para as trilhas e montanhas, é uma grande fonte de renda para o país.

Para proteger turistas e montanhistas, foram criadas medidas emergenciais, como ônibus gratuitos entre o Aeroporto Internacional Tribhuvan e o centro de Katmandu, oferecidos pelo Conselho de Turismo do Nepal. Além disso, a imigração flexibilizou vistos e autorizações de saída para viajantes que precisem circular durante o toque de recolher.

Ainda que a capital e outras cidades estejam sob forte controle militar, a rotina nas montanhas segue praticamente inalterada. Trilhas que levam a acampamentos base de montanhas de 8.000 metros permanecem abertas e as licenças de escalada para os principais picos foram retomadas. Contudo, o Departamento de Imigração suspendeu temporariamente a emissão de permissões para picos menores em áreas sensíveis. Aqueles que já possuem licenças só podem seguir viagem se autorizados pelas autoridades locais.

Noite estrela no Acampamento Base do Everest. Foto: Gabriel Tarso.

O Exército, no entanto, desaconselha que turistas deixem Katmandu por estradas até que a situação de segurança melhore. “Por favor, aguardem até que o Exército alivie as condições. Não planejem viajar por estrada agora”, diz um comunicado oficial.

Enquanto o Nepal enfrenta um dos maiores levantes populares de sua história recente, a recomendação para os viajantes é de cautela redobrada, especialmente em Katmandu e outras áreas urbanas.

 

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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