Superatleta Kilian Jornet escala 72 montanhas acima de 4 mil metros em um mês

0

O montanhista e ultramaratonista espanhol Kilian Jornet acaba de completar a escalada de todas as montanhas acima de 4.267 metros (14.000 pés) dos Estados Unidos. No total, ele subiu 72 montanhas localizadas em três estados — Colorado, Washington e Califórnia — entre os dias 3 de setembro e 4 de outubro.

O atleta durante as escaladas. Foto: @kilianjornet

Além da própria força física para as ascensões, o superatleta utilizou uma bicicleta para se deslocar entre uma montanha e outra, percorrendo mais de 5 mil quilômetros nesse período.

Rota utilizada pelo superatleta. Foto: @kilianjornet

Ele pedalou por cinco estados. Foto: @kilianjornet

A primeira montanha do projeto, chamado “States Of Elevation” (Estado de Elevação), foi o Pico Longs (4.345 m), no Colorado. Na sequência, Jornet seguiu para a Califórnia e Washington, onde concluiu o desafio com a escalada do Monte Rainier (4.392 m).

Durante o projeto, o espanhol alcançou números impressionantes até mesmo para um atleta de elite: aos 37 anos de idade, pedalou cerca de 160 quilômetros por dia, escalou uma média de 2,3 montanhas diárias e acumulou mais de 123 mil metros de ganho de elevação em apenas quatro semanas.

O tempo era dividido entre pedalar e escalar. Jornet dormia, em média, quatro horas e meia por noite, enfrentando ainda uma grande variação climática — desde os 38 °C de calor na Sierra Nevada até neve e geadas em Washington, onde levou cerca de 17 horas para chegar ao cume do Monte Rainier.

A última montanha também foi uma das mais desafiadoras. Sem a presença de outros montanhistas na região, ele precisou abrir caminho na neve e redobrar a atenção com fendas de gelo, especialmente por estar sozinho. Foram aproximadamente 17 horas de esforço para completar o trajeto de 47 quilômetros (ida e volta) até o cume de 4.356 metros.

Após concluir o projeto, Jornet comemorou de forma simples, sentado no chão, em silêncio, com “pizza na mão e… doses de suco de picles”, conforme contou.

Segundo o superatleta, o objetivo era colocar à prova sua resistência e vivenciar aventuras em locais que considera especiais.

“Nunca se tratou apenas de números, mas sim de uma profunda conexão com lugares selvagens e um verdadeiro teste de resiliência física e mental”, escreveu em seu Instagram.

Compartilhar

Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

Comments are closed.