Empresas testam uso de drones em resgates de alta montanha

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Uma das maiores dificuldades em resgates de alta montanha é empregar resgatistas vivos e saudáveis em missões de altíssimo risco. Com frequência, o clima extremo e o terreno irregular impedem que equipes humanas alcancem locais remotos com segurança. Por isso, não são raras as histórias dramáticas, como a da alpinista russa Natalia Nagovitsnya, que aguardou por resgate até falecer após quebrar a perna no Monte Pobeda, no Quirguistão, ou a da brasileira Juliana Marins, que também morreu enquanto esperava socorro no vulcão Rinjani, na Indonésia.

Esse cenário, no entanto, pode começar a mudar com os avanços tecnológicos. No dia 11/12, data em que se celebra o Dia Internacional da Montanha, o Projeto NeverRest e a integradora de tecnologia para drones Aerofor anunciaram a realização do primeiro teste de  um resgate em alta montanha com o uso de drones. Os exercícios foram realizados em El Roc de Quer, nos Pirineus de Andorra, a uma altitude aproximada de 1.920 metros.

Drone carregado uma maca durante o teste. Foto: Divulgação Aerofor

Drone carregando a maca. Foto: Divulgação Aerofor

Durante os testes, foi possível tanto entregar uma caixa com suplementos quanto realizar a remoção de uma vítima com o auxílio de uma maca. Apesar dos resultados positivos, novos ensaios ainda serão necessários antes que a tecnologia possa ser aplicada de forma regular em operações reais de resgate em alta montanha.

O uso de drones para levar suprimentos a vítimas em locais de difícil acesso já ocorre em algumas regiões. No dia 16/12, por exemplo, o Corpo de Bombeiros de Phoenix utilizou um drone para enviar um kit de sobrevivência a um trilheiro que havia torcido o tornozelo e não conseguia mais andar. A vítima havia sido localizada por helicóptero, mas o desnível do terreno e a escuridão impossibilitavam um resgate seguro naquele momento. Com o auxílio do drone, os bombeiros enviaram um celular carregado, após a bateria do trilheiro se esgotar, água, comida e um cobertor. Durante a noite, as temperaturas chegaram a cerca de 4 °C, mas a vítima conseguiu se manter abrigada até o resgate.

Bombeiro em Phoenix utilizando drone. Foto: Corpo de Bombeiros de Phoenix

“Usamos o drone com frequência para localizar excursionistas, mas esta foi a primeira vez que o usamos para enviar equipamentos como garrafas de água e cobertores”, disse Johnson, acrescentando que “o drone realmente salvou o dia”, contou o capitão Mike Johnson, do Corpo de Bombeiros de Phoenix.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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