Parque Estadual do Monge ficará fechado por um ano

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Mas durante este tempo ele sofrerá uma intervenção para a remoçãos das indesejáveis espécies exóticas e investimentos para a implementação do turismo. Fepam vai lutar para garantir o direito ao acesso à escaladas e ao turismo de aventura sustentável.

O Parque Estadual da Gruta do Monge fica localizado no município da Lapa, há cerca de 60 quilômetros de Curitiba. Trata-se do unico parque na “Escarpa Devoniana” que é a unidade de relevo composta por arenitos muito antigos que divide o primeiro do segundo planalto paranaense.

A Gruta do Monge abrange atualmente cerca de 30 vias de escalada, mas tem a potencialidade de abrigar muito mais de duzentas, pois ainda tem muitas linhas virgens com fendas e buracos para equipamento móvel misturando estilo tradicional com esportivo de alta dificuldade, pois na escarpa há muitos tetos e a inclinação é predominantemente negativa, embora haja muito espaço para vias fáceis.

Mesmo com tanto potencial o Parque do Monge não é conhecido pelas escaladas, mas sim pelo turismo religioso que atrai muitos fiéis que vão à Lapa para perigrinar no interior da Gruta onde viveu o mitológico João Maria D´agostini a quem diz foi um milagreiro que viveu na região. Este tipo de turismo incentivou a construção de diversas construções irregulares totalmente inadequadas para este tipo de Unidade de Conservação, como restaurantes, bares, quiosques de churrascos, quadra de esportes, etc. que destoam a paisagem natural do interior do Parque.

No entanto o elemento que mais destoa a paisagem do Parque do Monge são as plantações de Pinus e Eucalipto, que são árvores exóticas muito agressivas que se disseminam com grande facilidade. Estas árvores foram plantadas em regiões onde era natural a paisagem de campos, muito comum no rebordo da Escarpa Devoniana e que corre risco de extinção, pois o código florestal não prevê a preservação deste tipo de paisagem natural aberta, somente de formações florestais.

Mudando a história da desvastação dos Campos Gerais, o governo do Estado do Paraná irá investir na recuparação do Parque do Monge e a primeira etapa será o corte das árvores invasoras, que obriga o fechamento do parque por motivos de segurança, pois são cerca de 300 hectares de reflorestamento a ser destruido.

A segunda etapa da recuperação do parque do Monge prevê um estudo de desenvolvimento do turismo em seu interior e esta é a chance dos escaladores mostrarem que sua atividade existe, mas antes eles terão que mostrar técnicamente que a escalada não representa perigos ambientais.

A FEPAM pretende utilizar esta oportunidade para demonstrar aos órgãos competentes que a escalada no arenito é segura e é uma opção para o desenvolvimento do turismo sustentável no Parque do Monge. Aproveitando o gancho, a Federação tem como objetivo redigir um documento técnico com a ética de conquista e normas de conduta de visitação de locais de escalada em toda a escarpa Devoniana, o que inclui São Luis do Purunã.

Esta política é muito importante para evitar problemas futuros com proteção mau feitas em vias no arenito e para combater atitudes como grampeação de fendas.

O Fechamento do Parque da Gruta do Monge ocorrerá no dia 30 de Março de 2009 e a aberta do parque está prevista para fevereiro de 2010, quando o parque completará 50 anos de existência. A Fepam pede aos escaladores respeitarem as regras enquanto ainda não forem terminados os estudos para a liberação da escalada no local.

Mais informações e fotos: Blog do Pedro Hauck

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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