Cleo Weidlich supera o problema das escadas no Everest subindo a montanha de helicóptero

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A avalanche que matou 16 Sherpas na cascata de gelo do Khumbu resultou no fim das expedições na montanha mais alta do mundo para todas as expedições comerciais, menos para a montanhista manauara Cleo Weidlich, que superou o obstáculo de helicóptero.

A parte mais perigosa do Everest não é chegar no cume, mas sim vencer o desafio de atravessar a cascata de gelo do Khumbu, um trecho onde há centenas de gretas e torres gigantes de gelo que podem despencar a qualquer momento. Lá é onde ocorre a maioria dos óbitos na montanha e foi lá onde houve a avalanche que matou 16 Sherpas que decretou o fim da temporada no Everest.
 
Mesmo com o fim da temporada, há no entanto uma expedição em andamento na montanha. De acordo com o jornal Himalayan Times, a montanhista manauara Cleo Weidlich pegou um helicóptero para o acampamento 2 do Everest, sobrevoando o trecho crítico da montanha. Segundo o Ministério de Turismo e Aviação Civil que controla os voos de helicóptero no Everest, qualquer vôo acima do acampamento-base só pode ser feito em caso de emergência. Segundo o mesmo jornal, o voo de Cleo não recebeu autorização para alcançar o acampamento 2 e o ministério somente autorizou 6 voos comerciais para retirar equipamento depositado no acampamento 2. 
 
Devido à dificuldade logística, Cleo parece ter sido deixada sozinha no Acampamento 2 a 6500m. Em suas expedições, Cleo geralmente contrata ao menos 1 Sherpa para ajudá-la em suas escaladas. Os chamados “personal-sherpas” vão com ela até o cume e carregam todo o peso necessário, fixam cordas, derretem neve, cozinham e fazem tudo o que o cliente precisar. Estes fatos já foram noticiados em diversos sites especializados, como o Explores Web. De acordo com as matérias da época em que foram realizadas as expedições, tanto no Kangchenjunga como no Annapurna, Cleo tinha 2 Sherpas de altitude além da equipe de cozinheiros e carregadores na base. No Gasherbrum I e no Nanga Parbat, Cleo contratou 2 “HAPS” ou “high altitude porters” que vão com ela até o cume, preparam ancoragens, etc. 
 
Contrariando este histórico, no dia 08 de maio deste ano, Cleo publicou no seu perfil do Facebook uma crítica aos Sherpas, que decidiram encerrar a temporada antecipadamente no Everest neste ano: “Eu já escalei algumas das montanhas mais perigosas do mundo SEM cordas e esta montanha é na verdade bem tranquila quando eu comparo ela com montanhas como o Nanga Parbat, Annapurna 1 e Kangchenjunga. Me nego em ceder às pressões da máfia do Everest” – Disse.  Ao mesmo tempo em que ela chama os chamados Ice Fall Doctors (grupo de Sherpas responsáveis por fixar cordas no Everest) de mafiosos, ela se refere ao Lhotse, montanha com mais de 8 mil metros de altitude, situada ao lado do Everest, como uma montanha “tranquila”.
 
De acordo com o Himalayan Times, Cleo tem a permissão para subir tanto o Everest quanto o Lhotse que embora seja muito próxima ao Everest é bem mais difícil que a montanha mais alta do mundo, tanto que Reinhold Messner, o primeiro homem a fazer todas as montanhas acima desta altitude deixou ela por último. 
 
Cleo já escalou o Everest em 2010 e até o momento tem 8 montanhas de 8 mil metros no currículum.
 
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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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