Brasileiro sobrevive à erupção do vulcão Ontake no Japão

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Eduardo Yukio Adate, 39 anos, estava a cerca de 300 metros de onde uma grande nuvem de cinzas se formou

por Claudio Endo
 
Um grupo de cinco brasileiros que estava bem próximo ao pico do monte Ontake na hora da erupção, no último sábado, conseguiu sobreviver após passar por momentos de agonia e tensão.
 
"Achei que ia morrer. Na hora pensei na minha família e o que poderia fazer para sair daquela situação", disse Eduardo Yukio Adate, 39, de Obu (Aichi), que fazia parte do grupo.
 
Adate escalou o monte Ontake pela primeira vez com um irmão, um primo e as respectivas namoradas. Quando ocorreu a erupção, ele estava sozinho, a cerca de 300 metros de onde uma grande nuvem de cinzas se formou.
 
O brasileiro correu para um abrigo, mas ficou do lado de fora. "Não conseguia respirar direito. Tirei a camiseta e usei como máscara mas não adiantou", disse. Ele deitou no chão e protegeu o rosto em um buraco.
 
Adate sofreu ferimentos por causa das pedras que eram lançadas a centenas de metros de distância, além de queimaduras causadas pelas cinzas quentes que caíram misturadas com chuva.
 
Vinte minutos depois, a erupção perdeu força. A maioria das pessoas começou a descer a montanha, mas, segundo Adate, tinha muita gente com ferimentos graves.
 
"Eu ajudei uma japonesa que sangrava muito e já estava quase perdendo a consciência. Levei ela nas costas até não aguentar mais. Depois, pedi a um homem para ajudar", contou.
 
O brasileiro só conseguiu reencontrar com o grupo em um outro abrigo mais abaixo da montanha. Todos estavam bem, apesar do susto. "Foi a primeira vez que escalei uma montanha, nunca vou esquecer", disse.
 
 
Buscas interrompidas
 
 
Até o momento, segundo dados oficiais, 36 pessoas morreram ou estão em estado de parada cardiorrespiratória (ainda não foram declarados mortos).
 
Do total, 24 corpos não foram resgatados e continuam na montanha sob uma camada de mais de meio metro de cinzas.
 
A atividade vulcânica do monte Ontake aumentou na terça-feira (dia 30) e as operações de resgate de corpos e busca por desaparecidos foram suspensas porque existe a possibilidade de ocorrer uma nova erupção, informou a agência de notícias Jiji.
 
Soldados das Forças de Autodefesa do Japão, policiais e bombeiros chegaram a iniciar os trabalhos de busca na manhã desta terça-feira, mas a operação foi interrompida porque o vulcão está liberando mais cinzas e gases tóxicos.
 
A erupção do monte de 3.067 metros, o segundo mais alto do Japão atrás do Fuji, ocorreu no último sábado, quando o local, uma área popular para caminhadas, estava repleta de pessoas que subiam a montanha, incluindo crianças, para admirar a paisagem de outono.
 
O Ontake é um vulcão ativo, mas que estava adormecido e não era considera do risco. Fica na divisa entre as cidades de Otaki e Kiso, em Nagano, e Takayama e Gero, em Gifu.
 
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Texto publicado pela própria redação do Portal.

1 comentário

  1. pablo melani teixeira em

    o vulcãio monte ontake é ativo sim e já considera risco o vulcão monte ontake está calmo mais depois ele entrou em erupção não gostei do texto.

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