A Batata do Dílson está Assando

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Cuidado, afaste-se! Montanhismo vicia logo no primeiro uso e politicagem também!

O "Sombra" andou quieto por muito tempo deixando as coisas correrem soltas, mas agora acabou a moleza. Mandou seu recado; conquista é na ponta da corda, de baixo pra cima. É um estrategista e não um lutador, a luta é feita para os soldados. Sente-se a vontade nos bastidores tramando e executando suas manobras sem jamais esquecer a cortesia. É um inspirador, seus auxiliares sente-se inspirados a fazer suas vontades antes mesmos de expressa-las, mas seu método ainda deixa as digitais por onde passa. É praticamente uma assinatura.

Rapidamente vem restaurando a ordem na casa, recuperou sua poltrona e o controle remoto da tv, já iniciou a reposição dos degraus. Quem não se submete que caia fora, a porta da rua é serventia da casa. Certo HB? Deixe com os profissionais.

O Marumbi sussurrou aos ouvidos do Pico Paraná; "Eu sou você amanhã, não resista, venha para a ABETA você também". Pense só nas vantagens; trilha calçada, segurança total nas escadas, placas direcionais e avisos de "não pise na grama". Respondeu o Pico Paraná; "Só se for com estabilidade no emprego".
E juntos botaram a batata do Dílson pra assar.

http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=1022725&tit=Fazendeiro-cobra-por-acesso

http://jornale. com.br/zebeto/ 2010/06/30/ fazendeiro- cobra-pedagio- de-quem-entra- no-parque- estadual- pico-do-parana/

O PP está cercado pelas fazendas do deputado Kielsen, do Ermínio da fundição, do João de Abreu da Brasilsat, de quem comprou a Fazenda do Bruno e a do Dílson. Apenas o último cobra ingresso enquanto os outros simplesmente atiçam os cachorros sobre os passantes. Isto me faz lembrar o que escrevi sobre as vias da Lapinha em MG.

https://altamontanha.com/colunas.asp?NewsID=2298

Com certeza não encontrarei o Dílson no paraíso, mas sei que se é ruim com ele, muito pior depois. Além de que isto não passa de plataforma política para alcançar a FEPAM. É uma espécie de lançamento do programa de governo.

A vantagem desta gente é que tem muito tempo disponível para esperar e pouco, quase nada, para fazer. Todas as outras pessoas, cedo ou tarde, tem que assumir suas responsabilidades pessoais com a vida. Casamento, filhos, pagar colégio, aluguel, vender extintores, bater ponto no Banco, etc. Tudo isto toma tempo e consome energia além daquele desejo crescente de mandar todos os babacas para a PQP e voltar a fazer montanhismo de verdade.

Fato; montanhismo oficial nunca existiu. FEPAM, CBME e seus representados não tem nada haver com esta coisa. Montanhista brasileiro é bicho do mato, rebelde, irreverente e independente. Federado é só associado, tem carteirinha com foto, paga mensalidade, cumpre regrinhas, participa de listas de e-mail, freqüenta todas as festinhas e não falta aos passeios ciclísticos. Pra quem não se vê vestindo um modelito de chefe escoteiro é ainda uma opção de praticar sua boa ação do semestre, no mutirão.

Nunca fomos do tipo sociável e preferimos os grupos menores, 3 ou 4 pessoas, se locomovendo em silencio. Amamos a natureza e a adrenalina, suar de dia e congelar a noite, andar na chuva e no frio, dormir no chão. Quanto pior melhor. Nada denuncia nossa presença e não deixamos rastros, exceto na internet.

Cuidado, afaste-se! Montanhismo vicia logo no primeiro uso.
 

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Sobre o autor

Julio Cesar Fiori é Arquiteto e Urbanista formado pela PUC-PR em 1982 e pratica montanhismo desde 1980. Autor do livro "Caminhos Coloniais da Serra do Mar", é grande conhecedor das histórias e das montanhas do Paraná.

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