A fé que move montanhas (de lixo)

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Recentemente grupos de religiosos estão praticando sua religião na região do Parque Estadual do Pico Paraná. O único problema é a falta de respeito com a montanha e com os moradores locais. A Fazenda que dá acesso à região resolveu fechar as portas nos dias de semana.


Costuma-se dizer que a fé é capaz de mover montanhas. E estamos vendo isso na prática!!! Só que não eram montanhas de rocha e sim de lixo.

Alguns grupos de religiosos passaram a utilizar a montanha Pico Paraná como local de peregrinação para executar cultos e realizar pedidos aos Deuses. Só esquecerem de que tais locais são tão sagrados quanto seus templos urbanos.

Montanhas de lixo estão sendo largados na maior montanha do sul do Brasil, e entre colchões, cobertores, sacos de cinco quilogramas de açúcar, comida ainda nem aberta e muito lixo não reciclável, estão centenas de pedidos de fieis de determinada religião, que foram largados no cume.

“Por sorte está chovendo muito, pois é fácil deduzir que eles tinham interesse em fazer uma fogueira na região, tamanha a quantidade de álcool que foi levado! Depois queima tudo, como aconteceu no Caratuva”, relatou um montanhista que presenciou o “lixão” na montanha.

Além disso, a visitação maciça e sem conhecimento algum das técnicas de mínimo impacto acaba trazendo maiores transtornos à montanha, sua fauna e sua flora.

Tendo em vista tais problemas, o proprietário da Fazenda Pico Paraná, que é um dos principais acessos à região, resolveu fechar as portas aos visitantes nos dias de semana.

A explicação é simples: Como a visitação por montanhistas na região durante os dias de semana é muito baixa, a fiscalização exercida pelos próprios montanhistas torna-se nula, o que facilita a vida dos “missionários depredadores”.

Além disso, o IAP – Instituto Ambiental do Paraná – vem atuando regularmente na região, porém, assim como a maior parte dos montanhistas, seu efetivo está presente regularmente nos finais de semana.

O Pico Paraná já sofreu muitos problemas com a presença de lixo, porém há cerca de 4 anos, e através de denúncias do AltaMontanha.com, tanto o proprietário da fazenda, como vários mutirões dos clubes e muitos voluntários conseguiram retirar a maior parte do lixo, além de implantar melhor consciência ambiental nos montanhistas locais.

Desde então o episódio envolvendo lixo era relacionados a casos isolados. Porém com a mobilização religiosa o volume cresceu muito, assim como as pichações de pedras e o alargamento das áreas de camping, o que ensejou o fechamento da Fazenda ao turismo.

Conforme se apurou, o proprietário pretende entrar em contato com a Federação de Montanhismo do Paraná, afim de relatar os incidentes e, ainda, para realizar um acordo para que os montanhistas federados possam voltar a ter acesso à região nos dias de semana.

Vale ressaltar que o lixo deixado na montanha durante a última semana foi recolhido por vários montanhistas que estavam na região e levado à Fazenda.

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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