A família guia argentino Federico Campanini divulgou dias atrás um vídeo feito por uma pessoa anônima no qual aparece seis pessoas do corpo de resgate do Aconcagua tentando resgatar o guia, que estava semi consciente.
No vídeo, as seis pessoas amarraram uma corda ao redor da cintura de Campanini e tentavam arrastá-lo ao topo da montanha. Em determinado momento foi possível perceber alguns movimentos do guia, que tentava se levantar.
Em determinado momento, Federico tentou caminhar, mas não conseguiu, sendo arrastado por mais alguns metros, antes de ser deixado abandonado.
Na parte final do vídeo, quando o guia ainda com vida é deixado para trás, uma das pessoas do corpo de resgate fala ao rádio a seguinte frase: Este não dá mais. Estamos congelando e ainda falta 400 metros ao topo. Está morrendo, não agüenta mais 40 minutos. Peço permissão à juíza para deixá-lo aqui…
Este episódio, por si só já confronta com as declarações do pessoal do corpo de resgate, que afirmou que não baixaram o guia e uma das italianas porque já estavam mortos na montanha.
Segundo o pai de Campanini, a família já está acionando a justiça argentina. Se pela pressão dos políticos não quiserem nos falar o que realmente aconteceu com meu filho, podem ter certeza que vamos recorrer à tudo e a todos, até na Corte Iberoamericana de Direitos Humanos. Tem que existir um antes e um depois de Federico Campanini.
O governo argentino está evitando entrar na polêmica, e poucas declarações sobre o episódio foram feitas. Em uma delas, o secretário do meio ambiente da cidade de Mendoza afirmou que as pessoas não devem esquecer que a tentativa de resgate estava sendo realizada a 6.700 metros de altitude, em maio ao Glaciar dos Polacos e que os resgatistas colocavam, naquele momento, suas próprias vidas em risco, mas que se existe alguma dúvida com relação a alguma omissão daquele pessoal, que a Justiça a consiga elucidar.
O vídeo foi deixado anonimamente aos pais do guia e também em vários canais de televisão argentina.
O incidente aconteceu em janeiro deste ano, quando um temporal deixou o guia e mais quatro alpinistas italianos presos no topo do Aconcagua. Uma italiana e o guia não conseguiram sobreviver as 3 noites de muito frio e morreram na montanha.
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22/01/2009 – Governo argentino nega ter abandonado o guia morto no Aconcagua