Matteo Refrigerato, um dos sobreviventes do episódio onde faleceu o guia Federico Campanini, considerou que não houve nenhum tipo de negligência e afirmou que o pessoal do resgate foi extremamente profissional.
Destacou ainda que eles fizeram tudo que podiam e que a missão de salvar Federico era mais que impossível, porque o guia estava muito mal, e não conseguia nem mais caminhar.
Ele ainda revelou alguns detalhes da tentativa de ataque ao cume e do resgate:
Saímos do acampamento avançado de Berlin as 3 ou 4 horas da madrugada. Chegamos ao topo após sete ou oito horas de caminhada. Como a Antonella se sentia muito mal, Federico a mandou de volta a Berlin, acompanhada do nosso segundo guia.
Campanini sempre se preocupou conosco. Éramos os primeiros sempre, antes dele mesmo. Era uma pessoa excepcional e muito afetuosa. Foi uma grande perda para o montanhismo.
Na hora que chegamos ao topo do Aconcagua, fizemos algumas fotografias, mas quase não era possível, pois havia muito pouco campo de visão. Logo caiu uma tormenta muito forte e não enxergávamos mais nada. Começamos a descer e eu caí uns 50 metros. O que me salvou foi uma rocha,, onde engatou minha perna. Federico que estava muito mal no cume, desceu por cordas, arriscando sua vida, e me salvou!
A respeito de sua companheira Elena Senin, de 38 anos, que também morreu na montanha, Matteo disse que não havia maneira de salvá-la e que ela estava muito mal.
O italiano ainda ressaltou que Federico estava sofrendo muito lá em cima. Tinha muitas dores, tanto de cabeça como pelo corpo, e ainda tinha muita água no pulmão. Em certo momento pediu para que aplicassem uma injeção, mas ela estava congelada, pois eles as haviam deixado na mochila. Federico havia deixado suas seringas na mochila para ocupar os bolsos de sua jaqueta com as baterias, que poderiam salvar a todos.
O trabalho do pessoal do resgate foi contestado nessa semana quando um vídeo em que mostra os últimos momentos de vida do guia Federico Campanini, foi exibido nas televisões do mundo todo.
Uma avalanche de críticas desceu sobre o pessoal do resgate, e as mais duas eram de pessoas que desconhecem o montanhismo e suas dificuldades. Contudo, o governo Argentino manteve seu posicionamento aos afirmar que o pessoal do resgate agiu da melhor maneira possível e que existiu um esforço sobre humano para localizar e resgatar as cinco pessoas que estavam perdidas na montanha.