O primeiro cume invernal do Nanga Parbat! Por fim chegou a tão ansiosa notícia. Uma notícia que ficou esperando 28 anos e 29 expedições antes que a trigésima se convertesse na exitosa e histórica. Álex Txikon, Ali Sadpara e Simone Moro conseguiram depois de uma longa jornada que começou com a primeira hora da manhã desde os 7200 metros do campo 4 e que os levou até os 8126 metros do cume às 15:37 horas da tarde, no horário do Paquistão. Tamara Lunger, que partiu com seus três companheiros ficou alguns metros mais abaixo.
Sua progressão durante o dia só pode ser seguida passo a passo devido um dispositivo de rastreamento e da página de Álex no Facebook, atualizada periodicamente desde o campo base por Igone Mariezkurrena. A responsável pela comunicação da expedição e esposa do alpinista, que observou com binóculos o avanço lento da equipe até o cume.
Desta maneira, os aficionados por alpinismo e seguidores de Álex Txikon puderam seguir a progressão quase minuto a minuto, desde que saíram do C4, mais tarde que o habitual para não se expor ao frio extremo da madrugada, quando chegaram sumital, quando se localizavam no corredor que leva até a aresta do cume, local que no ano passado se confundiram, o ponto em que superaram a altitude máxima alcançada no Nanga Parbat invernal (os 7875 metros de Zbigniew Trzmiel). Até que ganharam a aresta do cume acima dos 8 mil e finalmente chegaram ao ponto mais alto da montanha.
Uma equipe improvisada para entrar na história
Antes de começar este inverno no Nanga Parbat, ninguém poderia imaginar qual seria a cordada que lograria a histórica ascensão. Álex Txikon liderava uma equipe internacional com o italiano Daniele Nardiy e o paquistanês Ali Sadpara como companheiros. De sua parte, Simone Moro e Tamara Lunger procuraram fazer cume através de uma rota diferente (a qual tentou Reinhold Messner em 2000).
Depois do primeiro mês de inverno, com o abandono das outras duas expedições na vertente do Diamir, Álex Txikon acabou por integrar Simone e Tamara em seu grupo, compartindo com eles o trabalho de fixação de cordas já realizado por Ali Sadpara e ele até o C3, mas ganhando assim toda a experiência de Simone Moro. O alpinista italiano, com o cume do Nanga, se converteu na pessoa com mais montanhas de 8 mil invernais : Shisha Pangma (2005),Makalu (2009), Gasherbrum II (2011) y Nanga Parbat (2016). Superando Jerzy Kukuczka (Dhaulagiri en 1985, Kangchenjunga en 1986 e Annapurna em 1987) e Krzysztof Wielicki (Everest em 1980, Kangchenjunga em 1986 y Lhotse em 1987).
A expedição atual teve que superar, além de todas as dificuldades da montanha, um longo período de mal tempo de quase 3 semanas seguidas, assim como as desavenças com Daniele Nardi, que acabou desistindo e voltando a casa antes de enfrentar a tentativa final que resultou no cume.
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