Depois de um longo dia na rocha, nada melhor do que um punhado de minhocas. Pode não ser o caso para você, mas é para Meghan Curry, 29, norte-americana que vem propondo que as pessoas incluam alimentos feitos à base de insetos em suas dietas. No mês que vem, ela planeja escalar o El Capitan (910m), formação emblemática no parque nacional do Yosemite, na Califórnia (EUA), comendo apenas alimentos feitos à base de insetos.
Tecnicamente, a escalada de duas semanas no El Capitan é mais um projeto de publicidade do que um desafio na rocha. É a jogada de Meghan para cativar o público outdoor e divulgar sua teoria de que insetos são uma opção sustentável de fonte de proteínas, e menos nocivas para o meio ambiente do que a criação de gado. “Acho que aindústria de alimentos à base de insetos ainda não se voltou ao público que pratica atividades outdoor, apesar de sermos aventureiros por natureza, e conscientes sobre sustentabilidade”, diz.
Mas você provavelmente não vai conseguir ver Meghan devorando insetos durante seu projeto, que ela espere que dure 14 dias. O que ela mais utiliza em suas refeições é a farinha feita de insetos, usada para fazer biscoitos e barrinhas. Ela também come uma espécie de doce de frutas feito com grilos. Meghan estima que precisará de 4 a 5 mil calorias por dia durante a escalada, coisa que não deve ser um problema. Grilos oferecem 31 gramas de proteína por porção de 200 calorias, quantidade maior do que as encontradas no salmão, frango, carne bovina e ovos. A mesma porção também tem 7.2 gramas de fibra, algo que a maioria das fontes de proteína nem oferece. Além do mais, grilo é leve. Carregar o alimento feito à base de grilo na rocha é muito mais leve do que outras opções.
Meghan é escaladora e amantes dos insetos há anos. Após se formar em entomologia (a ciência que estuda os insetos), ela decidiu buscar uma carreira em entomofagia, o consumo de insetos para alimentação. “Acredito que os insetos são uma ferramenta incrível que podemos usar para alimentar os 9 bilhões de pessoas que teremos no planeta até 2050”, diz. Ela mantém o site Bug Vivant, onde quem ficar curioso sobre este tipo de alimentação pode se informar sobre onde comprar os alimentos e arranjar algumas receitas.
Meghan irá usar seu tweeter para divulgar atualizações sobre a escalada.