Iñaki abortou seu ataque ao cume da face sul do Annapurna faltando 100 metros de desnível devido a problemas em suas mãos e falta de cordas para fixar em alguns pontos difíceis que que ainda existem à frente, no caminho para o topo. O romeno Horia Colibasanu acompanhou ele na descida, enquanto o russo Alexey Bolotov ,continua a subir.
Iñaki e Horia desescalaram até os 7400m, no acampamento 4, onde passaram a noite. Eles haviam escalado por 16 horas sem parar. Iñaki telefonou para casa, explicando que havia sofrido graves problemas devido ao frio durante a subida, e que tinha sido forçado a descer após ter verificado alguns congelamentos em sua mão esquerda e provavelmente também na outra mão.
“Tivemos de correr para fixar as cordas, e ainda havia um ponto delicado no caminho para o cume”, disse ele. No jornal espanhol Diario de Navarra, ele ainda afirmou: “Eu não quis correr riscos com as minhas mãos, que estão em mal estado. Nós retornamos, mas o russo permaneceu por lá, e pronto para tentar chegar ao cume.”
A descida é obrigatória
Parecia estar tudo bem com Iñaki quando ele ligou para casa, mas meia hora mais tarde ele provavelmente sofreu um súbito edema cerebral, incluindo violenta explosão de vômitos e tosse, que o deixaram quase inconsciente.
Desde então, Horia tenta encontrar ajuda e aconselhamento de médicos da Espanha através do telefone via satélite. Ele tem controlado a situação de Iñaki com alguns medicamentos, e vai tentar ajudar o seu companheiro a descer a face sul do Annapurna hoje.
Pelo que familiares de Iñaki disseram ao Diario de Navarra, Horia poderia também ter pedido ajuda para a equipe suíça que neste momento estão sobre o lado norte da montanha.
Será que tem alguém aí?
Os alpinistas estão com as baterias de seus telefones via satélite se esgotando. No seu último relato, após o pôr-do-sol de ontem, Alexey Bolotov não havia retornado ainda.
Ainda não está claro se pode haver alguém na zona sul do Annapurna. O suiço Ueli Steck e Simon Anthamatten comunicaram do Campo Base na semana passada, após uma tentativa à parede que tiveram de abortar devido ao elevado risco de avalanches. De acordo com a sua última atualização em 16 de maio, Ueli e Simon estavam prontos para permanecer no Campo Base por algum tempo, esperando melhoras nas condições, o que seria o suficiente para uma segunda tentativa.
Inaki Ochoa já escalou 12 das 14 montanhas com mais de 8000 metros de altitude, incluindo uma nova rota no Shisha Pangma. Ochoa é um defensor da liberdade no estilo de escalada, ele não gosta de ajuda artificiais. “Se você usar oxigênio, você não é um alpinista, você é como um astronauta ou um mergulhador. Sei que parece que estou a me repetir, não estarei fazendo muitos amigos, mas essa é a maneira que eu penso. Eu sou um grande mau diplomata”, disse ele.
Ochoa nasceu em Pamplona, Espanha em 29 de maio de 1967. Ele teve sua primeira experiência com um pico de mais de 8.000 metros, o Kanchenjunga, com 22 anos de idade. Ele desde então, participou em mais de 30 expedições ao Himalaia, e também trabalhou como cameraman de grande altitude e guia.
No Annapurna, Iñaki está trabalhando em equipe com seu companheiro Horia Colibasanu, da Romênia. O canadense Don Bowie deixou a equipe há algumas semanas atrás, em troca, o russo Alexey Bolotov aderiu à equipe de Iñaki e Horia para o atual ataque ao cume na face sul.
Redação AltaMontanha com informações de MountEverest.net, Barrabes e Desnivel