Afinal a resposta não é assim tão difícil, espera que eu seja eu própria, euzinha mesmo, e que o ponha em palavras através de textos que reflectem o que sinto na montanha, na rocha, na natureza.
Boas a todos, espero que venham a gostar das minhas palavras tanto quanto eu gosto de vos escrever.
Desta, para que depois seja mais fácil olharem para os temas que apresento através dos meus olhos, tenho de vos mostrar um pouco da minha cordilheira interior, das “minhas montanhas”.
A minha cordilheira chama-se Daniela e o trekking de aproximação começou na cidade de Lisboa, do lado de cá do Atlântico há cerca de 7 anos.
Até essa altura, levava uma vidinha agradável e normal. Movimentava-me na urbe, trabalhava e tinha tempo para tudo e todos. Cativava-me a noite e os copos que circulavam pelas minhas mãos até altas horas da madrugada. Gostava do calor do álcool na minha garganta.
Num dia de que já não tenho memória, um amigo perguntou-me se queria escalar com ele o Monte Branco. “Onde é isso? Como se faz? Quanto tempo?…”
A resposta iniciou-se com uma sequência de perguntas para terminar um mês depois aos 4810m, no topo dos Alpes.
O convite e a decisão de o aceitar mudaram a minha vida até hoje.
Por entre os dias de trabalho, lá fui encontrando espaço para treinar, escalar e…onde ficou o tempo para esvaziar copos nocturnos?
O tempo para tudo deu lugar à gestão dos minutos fora do trabalho (sim, porque dentro do trabalho gere o meu chefe!).
Passei a embriagar-me com a escalada nas múltiplas falésias portuguesas, a beber as vistas em várias montanhas do mundo e claro…a desfrutar do calor dos intermináveis litros de chá, sempre constantes em todas as expedições, em todos os campos base e de altitude, todos, todinhos mesmo!
Em poucas palavras “isto” sou eu, uma apaixonada pelos fantásticos lugares que a natureza nos oferece, por aqueles lugares em que para lá estar, é mesmo preciso querer, querer tanto que as dificuldades para lá chegar não são nada quando comparadas ao prazer do chegar…do Estar.
E onde estive?
O que escalei?
Que altitudes?
Será que é isso que realmente interessa, ou será que a verdadeira pérola é o que vos posso fazer sentir? Mesmo que o lugar seja uma pequena falésia?
Se vos conseguir fazer sentir o seu cheiro a mar e ao falar-vos das ondas que graciosamente salpicam as paredes vos forçar a abrir um sorriso, não será essa falésia desconhecida mais graciosa e atraente do que qualquer montanha famosa?
Acredito que o que vai para além dos nomes é o que verdadeiramente interessa.
Assim é para mim a escalada e o alpinismo.
Como será para vocês?
(Fica aqui o convite para que nos comentários o partilhem)
Daniela Teixeira