A mais antiga era geológica é chamada de Pré-Cambriana, começando naturalmente na origem da Terra, há 4.5 bilhões de anos. Nela tiveram início a lua e os mares, bem como a atmosfera e o primeiro supercontinente.
Foi nela que a vida surgiu, inicialmente sob forma de organismos unicelulares – até que vieram a adquirir membrana à volta de seu núcleo e a formar as primeiras bactérias, responsáveis pela formação do oxigênio livre. Este desenvolvimento foi lentíssimo, levou nada menos do que 3 bilhões de anos, num mundo que no início era quente, sólido e instável e, depois, aquático e gelado.
É no posterior período Cambriano que surgem dois supercontinentes, o maior deles chamado Gondwana, englobando África, Ásia, América do Sul e Antártida – já Laurentia incluía parte da América do Norte. Há ainda dois territórios menores, Báltica e Sibéria. O clima é quente e as terras ocupam as regiões tropicais e temperadas. É um mundo de rocha nua e estéril.
Mas ocorre uma glaciação, talvez conjugada com a ressurgência das correntes de águas frias do mar. O oxigênio disponível é sequestrado. E o resultante esfriamento do clima bloqueia a maior parte da água salina e diminui as áreas de águas rasas. É o prenúncio da primeira grande extinção, que vem a seguir.
No período seguinte, conhecido como Ordoviciano, o continente Gondwana (que continha a maior área terrestre) migrou para o polo sul, contribuindo para o esfriamento global, o aparecimento de geleiras e a nova redução do oxigênio. A extinção resultante ocorreu há 450 milhões de anos e foi a segunda maior da história. Desapareceram de 60% de todos os invertebrados marinhos.
A segunda extinção ocorreu no período Devoniano, há 360 milhões de anos. Esta foi a idade dos peixes, que dominam os mares e adquirem pulmões, nadadeiras e mandíbulas. As plantas primitivas agora se desenvolvem em bosques de árvores, não há ainda os herbívoros para controla-las. A terra – antes rebaixada, desértica e invadida pelos mares – torna-se úmida e quente. Nesta época, Laurentia e Báltica se juntam e se aproximam de Gondwana e Sibéria, prenunciando a fusão continental.
Mas este mundo ameno acaba sendo sujeito a outro período glaciar – novamente o nível, a temperatura e o oxigênio dos mares sofrem drástica redução. Parecem ter havido também impactos de meteoros e diminuição do dióxido de carbono disponível. Acredita-se que 70% da vida marinha tenha desaparecido, embora os continentes tenham sido menos afetados. Mas esta extinção foi gradual, não decorreu de uma única catástrofe.
E todos os continentes fundem-se num único, chamado de Pangeia. Com esta enorme massa territorial, seu interior se torna mais seco, o que favorece o crescimento dos répteis. Surgem entre estes os arcossauros, antecessores dos dinossauros, e os cinodontes, precursores dos mamíferos. Estamos agora no período Permiano, há 250 milhões de anos.
E, de novo, o planeta é abalado pela queda de um asteroide no Canadá e por novo resfriamento global. Mais importante, ressurge um intenso vulcanismo pela divisão de Pangeia, que afasta a África da América e cria o Atlântico. Esta separação estabelece um isolamento geográfico propício à diversificação evolutiva, bem como zonas costeiras que aumentam os novos habitats.
Seu reinado durou até 65 milhões de anos atrás, com a extinção K-T, abreviação de Cretáceo-Terciário (ou Palogeno). Um gigantesco meteoro atingiu o Golfo do México, fazendo a atmosfera entrar em combustão, gerando enormes maremotos e formando supervulcões.
Os nichos ecológicos que ficaram vagos começaram a ser ocupados por mamíferos marsupiais e depois placentários, humildes animais pequenos, solitários e noturnos.