Até quando vamos ser tratados como bandidos?

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Durante os últimos anos uma coisa pude observar, infelizmente: O extrativismo é protegido e aceito por debaixo dos panos. O Montanhismo e montanhistas são vistos como perigosos, algo que causa muito impacto ecológico. Palmiteiros, caçadores, todos estes são tratados com educação pelo direito brasileiro, derivado do romano. Nós somos escorraçados, privados de nossa liberdade de ir e vir prevista na Constituição Brasileira de 1988. Por que?

Vamos aos fatos interessantes…


Temos aqui no altamontanha muitos relatos de caminhadas, travessias, trilhas, ascensões, e etc. Nosso maior “contribuinte” é o camarada Jorge Soto, por nós apelidado de o maior caminhante do Brasil. O Soto roda um bocado, fato. Enquanto roda, vê diversas coisas perturbadoras e coloca a denúncia aqui. Ele não é o único, outros colegas encontraram muita coisa errada por aí e foram compartilhando conosco e com nossos leitores. Vamos relembrar algumas destas coisas, do Soto e de tantos outros:


https://altamontanha.com/colunas.asp?NewsID=1031


Relato denúncia feito pela nossa amiga Bárbara Pereira sobre caçadores dentro do Parque Nacional do Pico da Neblina, lixo descartado na natureza pelo Exército Brasileiro, e desmatamento desordenado. O que foi feito? NADA.


https://altamontanha.com/news/1/news/news_item.asp?NewsID=1519&amp,title=Ambientalista_denuncia_degrada%E7%E3o_do_Morro_da_Pedra_Branca_em_Santa_Catarina


Denúncia de um ambientalista sobre desmatamento e degradação da Pedra Branca em Santa Catarina. O que foi feito? NADA.


https://altamontanha.com/colunas.asp?NewsID=1690


Nosso editor, meu amigo Pedro Hauck publicou este texto em setembro de 2009 sobre a presença de caçadores dentro dos limites do Parque Nacional do Itatiaia. Este parque que tanto amamos (eu inclusive) é conhecido pelas regras rígidas quanto à visitação. Caçador tem livre acesso mas montanhista não?


https://altamontanha.com/colunas.asp?NewsID=3025


Relato denúncia do Jorge Soto. Acampamento de caçadores com pistola artesanal e tudo. O que foi feito? NADA.


https://altamontanha.com/colunas.asp?NewsID=1925


Relato de Jorge Soto na borda leste do Itatiaia, primeiro parque nacional criado. Neste relato mais lixo militar é encontrado na natureza. O que foi feito? NADA.


https://altamontanha.com/colunas.asp?NewsID=1685


Relato de Jorge Soto na borda Oeste do Itatiaia, primeiro parque nacional criado. Neste relato, fotografou muito lixo descartado, e até fez pose em um jirau de espera de caçadores. O que foi feito? NADA.


https://altamontanha.com/colunas.asp?NewsID=2975


Caminhantes se perdem. De repente o feitiço virou contra o feiticeiro e se fala em crime ambiental. Ninguém estava caçando, ninguém estava jogando lixo na mata.


https://altamontanha.com/colunas.asp?NewsID=2904


Com a desculpa de urbanização, a Serra dos Cocais corre perigo. Nosso amigo, editor e colunista Pedro Hauck fez este texto pedindo ajuda. De que adiantou? NADA.


https://altamontanha.com/colunas.asp?NewsID=2648


Nosso companheiro (meu de caminhadas e do Pedro e escaladas) Tácio Philip publicou este texto, foi procurado pela direção do parque que disse que o que ele fez era contra a lei, foram até amigáveis. Dá pra acreditar?



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Mais uma do Tácio, publicou este texto com dicas de acesso às montanhas do Parque Nacional do Itatiaia, foi procurado e ameaçado pela direção do parque. Piada!

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Notícia publicada pelo nosso portal denunciando entrada de caminhões carregados com material de construção no Parque Nacional do Itatiaia. Não era pra ser um Parque Nacional?!


https://altamontanha.com/colunas.asp?NewsID=2118


Assaltos a caminhantes no Rio de Janeiro. Cuidado, ao ir fazer a trilha no Parque Nacional da Tijuca você poderá ser assaltado! Não pense que a polícia irá prender o assaltante, é mais provável que você vá preso por pisar fora da trilha…


https://altamontanha.com/colunas.asp?NewsID=2014


Mesma coisa, denúncias e mais denúncias de dúzias de pessoas sendo assaltadas no Caminho do Itupava, uma das trilhas mais tradicionais do Estado do Paraná. Concordam comigo que os caminhantes que são as vítimas? (tem gente que discorda, incrível!)


E enquanto tudo isso acontece…


https://altamontanha.com/colunas.asp?NewsID=2486


Nosso portal publica notícia sobre o Projeto de Lei n° 7288/10 que dificulta a nossa liberdade na prática de montanhismo, escalada e trekking. Proibir é mais fácil concordam? Explico o motivo: Proibindo o acesso às trilhas eles acabam (ou pelo menos pensam que acabam) com as chances de testemunharmos o verdadeiro bandido pilhando a natureza. Este mesmo bandido paga sua parte no final do trabalho pro testa de ferro daquele local. Vergonha, sujeira, putaria.


https://altamontanha.com/colunas.asp?NewsID=3035


Notícia fresca e ainda em nossa página principal. De novo as leis trabalham pra afastar-nos da natureza e das montanhas. Afinal, o que fizemos de errado?!


Pode parecer meio repetitivo colocar aqui todos estes links, mas na verdade é proposital. Pode ser repetitivo fazer esta compilação de dados e uma nova coluna sobre isto, principalmente depois do próprio Pedro Hauck e do Julio Fiori publicarem textos similares, mas é proposital mesmo.


Uma pergunta que não quer calar. Por que montanhista é tratado como bandido quando faz trilhas com acesso restrito somente pela intenção de estar no lugar, ver e fotografar animais selvagens, uma flor alpina brasileira bonita, acampar e ver um belo pôr do sol, chegar ao cume de&nbsp, uma montanha, etc? Simples, não damos lucro.


Por que caçadores e extrativistas conseguem entrar e sair com caminhão, firmar acampamento, caçar, desmatar, se armar, e nada acontece (raramente aqui ou ali alguém é preso, mas raramente)? Porquê ele dá lucro.


Enquanto estávamos no cume do Morro da Igreja o Máximo se aproximou da cerca da área militar e passou ao lado seguindo uma pequena trilha por sei lá, cinquenta metros. Foi abordado por um “Rambo” que com a mão no coldre disse “Sr, não é permitido andar neste local“. Mas porra, o Max estava fora dos limites da cerca!!! Nossa Constituição não vale mais nada???

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Alguém ainda se lembra da miserável dita “ambientalista” (Beatriz Rondon) que faz safaris de caça esportiva no pantanal de Mato Grosso? Até hoje ela anda por aí, nada foi feito, NADA.
Esta fdp ainda diz ironicamente “É uma grande fêmea, muito bonita, e tava comendo minhas vacas aqui”.

Vídeo sobre o caso:


A última frase do vídeo me deixa simplesmente estarrecido: “A pecuarista não foi indiciada pela polícia”. Apostem seus bagos, se fosse um montanhista que tivesse matado uma capivara pra matar fome, seria preso e crucificado em praça pública.


Simples assim.


Nosso país é uma vergonha, e ponto.


Vou continuar fazendo trilhas proibidas, coloco a cara a tapa! Não gostou? Manda a PF na minha casa e eu me entrego! Quero dependências adequadas a indivíduo de formação superior.

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Parofes, o bandido.

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Sobre o autor

Parofes, Paulo Roberto Felipe Schmidt (In Memorian) era nascido no Rio, mas morava em São Paulo desde 2007, Historiador por formação. Praticava montanhismo há 8 anos e sua predileção é por montanhas nacionais e montanhas de altitude pouco visitadas, remotas e de difícil acesso. A maior experiência é em montanhas de 5000 metros a 6000 metros nos andes atacameños, norte do Chile, cuja ascensão é realizada por trekking de altitude. Dentre as conquistas pessoais se destaca a primeira escalada brasileira ao vulcão Aucanquilcha de 6.176 metros e a primeira escalada brasileira em solitário do vulcão ativo San Pedro de 6.145 metros, próximo a vila de Ollague. Também se destaca a escalada do vulcão Licancabur de 5.920 metros e vulcão Sairecabur de 6000 metros. Parofes nos deixou no dia 10 de maio de 2014.

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