Distante cerca de 65km de Londrina e de nome que homenageia o coronel patrono da estação ferroviária local, a cidade de Cornélio Procópio passaria despercebida pra mim não fosse um pequeno detalhe natureba. É lá que se encontra uma pouco conhecida área de preservação ambiental, o Parque Estadual Mata São Francisco, formada pelo pouco de Mata Atlântica que restou na região. Ilhado em meio a plantações de soja, trigo e café, o parque é também cortado pelo Ribeirão Araras, importante manancial da região. E foi percorrendo uma tranquila trilha no miolo desta unidade de conservação que se tem uma vaga ideia não apenas de como era o Norte do Paraná quando os primeiros colonizadores chegaram à região; se tem uma boa noção da precária situação dos parques nesse estado.
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A Pedra do Sapo é o rochoso que destoa da morraria que aponta pro céu no sertão de Biritiba-Mirim (SP). Mas se destaca não pela altura e sim pelo peculiar formato da pedra que coroa seu cume, cuja semelhança com o simpático anfíbio depende muito do ângulo de observação. Além do mais, fora a trilha oficial o Sapo guarda pelo menos outros quatro acessos pouco divulgados que, menos óbvios e mais confusos, requerem pré-conhecimento da região ou técnica simples de navegação pra serem palmilhados com segurança. Sem grandes desafios e unicamente com o intuito de levar um amigo ilustre a pedra, resolvi subir pela picada oficial e descer por outra q percorre seu contraforte norte, num circuito q desenha uma ferradura. Contudo, este simplório rolê resultou naqueles raros casos em q o imponente pico foi mero coadjuvante. E isto se dá quando a companhia é verdadeiramente colossal.
Remanescente duma antiga fazenda de reflorestamento, o Sitio Santa Fé, o Parque Anhanguera hoje é o maior parque municipal de São Paulo além de considerado zona de conectividade entre o Jaraguá e a Cantareira. Apesar de sua vasta área, apenas 5% se encontra aberta a visitação sob a forma dum belo parque urbano ao qual já devia visita faz tempo. Aproveitando então meio período dum domingão borocoxô, fui lá dar uma bisbilhotada nesta pouco conhecida unidade de conservação, sem gdes expectativas ou maiores pretensões. No entanto, mal sabia q assim como o PE Juquery e o Pque Pedroso, este complexo de preservação ambiental possui picadas e acessos alternativos (isso é, não oficiais) capazes de tornar mais interessante o mais simplório passeio no parque.
Vivendo quase todos em sua diminuta área insular, boa parte dos santistas desconhece a área continental do município, ou até mesmo alguns locais só acessíveis pelo mar e q mal aparecem nas cartas e plantas oficiais de Santos (SP). É o caso da vasta planície banhada pelos rios Diana e Jurubatuba, dois cursos dágua de características bem diferentes que escondem surpresas pro andarilho tão bisbilhoteiro quanto decidido. E foi num rolê de reconhecimento de menos de 20km com pernoite que vasculhamos as possibilidades trekkeiras do entorno destes dois charmosos rios, típicos de planície costeira. Como bônus, um pitoresco e imperdível passeio em meio a imensidão do mangue, passando por um vilarejo caiçara q, no período de menos de 1hr, nos faz esquecer q estamos do lado do maior porto da América Latina e nos remete a qq comunidade pescadora do Superagüi.
Perus é um distrito situado na zona norte da cidade de São Paulo que nasceu a beira duma rota tropeira. Contudo, o distrito ganhou destaque mesmo por ser um dos extremos da histórica E.F Perus-Pirapora e por abrigar a primeira fábrica de cimento do país, a Cia Brasileira de Cimento Portland Perus, q por sua vez cedeu material pra construir metade da Metrópole de São Paulo. Ao lado dos Fornos de Ponunduva e o Morro da Gato Preto, esta é mais uma caminhada de cunho histórico q palmilha os trilhos do bucólico trecho entre Perus e Polvilho, se embrenha nas ruínas faraônicas da Portland e finaliza rasgando o miolo proibido do maior parque municipal de São Paulo, o Anhanguera.
Vai lá sim! Se a gente vai lá vocês a pé também podem ir!, afirmou um conhecido meu igualmente trilheiro, porém não adepto do uso das próprias pernas e sim da tração das quatro rodas de sua possante Land Rover. O local em questão era o Morro da Pedra Rachada, situado em Mairiporã (SP), que segundo ele consistia numa colina elevada coroada pelo monólito que lhe empresta o nome. Vai lá que a vista de cima é bem legal!, emendou. Assim, movido mais pela curiosidade que pela falta de opção num domingo acinzentado deste início de outono, decidi então conhecer o lugar. O resultado foi uma pernadinha urbana bem sussa, agradável e cênica de menos de meio período que pode ser emendada com outras trilhas próximas, como a do Pinheirinho e das Torres. Isso numa região que é vizinha da Serra da Cantareira e onde bugios estão bem do ladinho do andarilho.
O Monte Cabrão é um tranquilo lugarejo situado entre a Rod. Piaçanguera (SP-248) e o Canal de Bertioga. E é deste antigo vilarejo pescador q desconhece a muvuca dos balneários do Guarujá q partem geralmente os caminhos que levam aos contrafortes da Serra do Mar desta reservada área da Santos continental. Caminhos como a trilha do Vale do Rio Trindade, repleta de poços e cachus ideais para banho. E foi num domingo quente que fomos conhecer esta breve e tranquila vereda – na verdade uma antiga via de captação de água da Codesp – afim de curtir seu piscinão esmeralda principal. Um rolê de menos de meio período q não apenas pode ser emendado com qq outro programa local como descortina novas rotas planalto acima.
Neste domingo resolvi fazer uma pernada diferente pelo sertão de Biritiba-Mirim (SP). Uma caminhada que abrangesse o melhor daquele belo setor serrano q antecede a descida até Bertioga, isto é, visu em alto de cume e tchibum no fundo de vale. Um bate-volta de responsa que seria bastante exigente não somente pela distância e desnível envolvidos, como tb pelo fato de boa parte das veredas necessárias de conexão estar em desuso. Noutras, parcialmente fechadas. Por falta de nome melhor apelidei esta despretensiosa roubada de vigorosos 20km de Travessia Picachu, pelo fato de contemplar pico e cachu. No caso, o alto da Pedra do Sapo e a Cachu da Light. Eis o relato desta perrengosa brincadeirinha dominical.
Nem só de restrições e noticias tristes (como incêndios, por exemplo) vive o “Juca”, nome carinhoso q recebe o PE Juquery, unidade de conservação localizada em Franco da Rocha (SP). Desta vez pisei no último remanescente de cerrado da Metrópole Paulistana com o intuito de xeretar possibilidades e me deparei com uma ótima surpresa: a reabertura de trilhas que antes eram proibidas! E deste 7º bate-volta resultou uma caminhada puxada de quase 13kms que, emendando as veredas em questão, dá uma volta completa pelo quadrante oeste do parque. Com direito a altos visus do seu ponto culminante e banho de cascatinha no fundo de vale. Uma ótima e refrescante pedida nesta bela unidade de conservação onde o que falta de sombra sobra de sol e calor.
Anubis, Saltão e Cachoeirão são as três grandes quedas próximas do desfiladeiro conhecido como Garganta do Diabo, antes do Rio da Onça prosseguir seu curso rumo o Vale da Morte. Três grandes quedas que sempre ignorei por algum motivo durante travessias neste fantástico vale, situado nas entranhas escarpadas da Serra do Mogi. Buscando sanar essa desfeita e curtindo estes dias quentes de verão com banhos refrescantes, voltei de forma despretensiosa às cachus do Anubis e Saltão, uma vez que o Cachoeirão descrevi já noutra ocasião. Dois momentos bem distintos nesta acidentada região serrana situada na divisa de Sto André e Paranapiacaba, com direito até mergulho no interior da goela deste endemoniado cânion.