Caminhada tradicional de Paranapiacaba, a &ldquo,Volta na Serra&ldquo, é tão antiga e pitoresca vila inglesa q a cerca. Circuito este inserido no interior do Parque Municipal q se vale de uma centenária picada utilizada por carvoeiros no inicio do século passado, bordeja boa parte das encostas do majestoso Vale do Quilombo sem necessariamente encostar às margens do rio q lhe empresta o nome. Dessa forma encaramos esta pernadinha com pernoite selvagem na Cachoeira Escondida passando por exuberante vegetação, mirantes e quedas d&ldquo,água. Muitas quedas d&ldquo,água. Enfim, mais uma empreitada pelos arredores do ilustre vilarejo mostrando q seus atrativos &ldquo,montanheiros&ldquo, vão bem além dos contrafortes do Rio Mogi.
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O Rio Sertãozinho nasce em Biritiba-Mirim e marulha placidamente pelo planalto verdejante dos arredores de Mogi das Cruzes, mas qdo despenca Serra do Mar abaixo até desaguar no ilustre Rio Itapanhaú transforma-se num furioso e encachoeirado rio selvagem repleto de possibilidades trekkeiras nada convencionais. Visível perfeitamente por quem circula pela BR-98 (Rod. Mogi-Bertioga), no ultimo domingo fomos percorrer os sinuosos meandros do breve trecho de menos de 3km q vão desde a pitoresca Cachoeira Furada até o asfalto, num desnivel terrivelmente abrupto e acidentado de quase 700m. O resultado é uma pernada árdua e perrengosa, ideal prum bate-volta adrenado e com direito a mta (des)escalada, tanto na rocha qto no mato.
Com as facilidades de acesso oferecidas de transporte ferroviário até Rio Grande da Serra e pela sua charmosa influencia inglesa, a vila de Paranapiacaba se tornou passeio obrigatório de final de semana pra famílias paulistanas. Envolta por exuberante Serra do Mar, o pacato vilarejo oferece passeios por suas inúmeras trilhas sendo boa parte delas situada dentro do parque municipal, cujas restrições de acesso e obrigatoriedade de guia/monitor obrigam àqueles q dispensam tal artifício a ir atrás de novas opções de passeios pela região. E eles existem aos montes. Como a &ldquo,Ferradura do Mogi&ldquo,, pernada com lances de escalaminhada q num piscar de olhos desce o Rio Mogi desde suas nascentes ate a Prainha, já no miolo do vale homônimo, pra depois retornar ao vilarejo subindo os quase 700m de desnível da tradicional picada &ldquo,Raiz da Serra&ldquo, . Programa árduo e intenso q pode ser feito num dia corrido ou folgadamente em dois, bivacando no mato.
O Marins, a Maria, a Mariana, o Marinzinho e o Itaguaré – 1ª Parte
A Marins-Itaguaré, com seus 21km percorridos por escarpada crista situados na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, é tida como uma das mais tradicionais pernadas da Serra da Mantiqueira. Entretanto, o conjunto principal do Maciço do Marins guarda ainda outros dois cumes de pedra com mais de 2200m de altitude e centenas de metros de paredes rochosas que ninguém sequer ousa visitar. São o Pico da Maria e o Pico da Mariana, cujos respeitáveis cumes e vistas deslumbrantes são privilégio de poucos (ou nenhum) aventureiros devido à dificuldade de acesso q, em tese, demanda trechos de rapel pois estão separados do pico principal por um profundo vale cortado por cânions de pedra e vegetação cerrada. E foi com esse legítimo espírito explorador q incluímos essas duas montanhas tidas como inacessíveis numa travessia completa de toda essa crista durante 3 dias bem intensos, com direito a cume de seus 5 picos principais. E sem corda alguma. Eis a SuperMaringuaré.
O Marins, a Maria, a Mariana, o Marinzinho e o Itaguaré – 2ª Parte
No topo do Marins, as 15hrs, desabamos na sombra do alto capim elefante afim de descansar e dar continuidade à pernada.Não havia mais ninguém ali e ficamos bem a vontade, donos absolutos do pedaço. Mas dez minutos depois retomamos a caminhada rumo à base da montanha aonde, sem pressa alguma, chegamos no acampamento da &ldquo,Água Amarela&ldquo, por volta das 16hrs, no mesmo instante em q brumas ameaçavam tomar conta do platô. Ali nos separamos do Wagner, q alegou estar sem água suficiente pra continuar a travessia. Contudo, retornaria ao veiculo e no dia sgte se prontificou a nos buscar no inicio da trilha do Itaguaré.
Não deu nem duas semanas afastados da Serra de Itapety q logo nos embrenhamos novamente por suas tortuosas entranhas. Respeitável elevação forrada de verde q guarda Mogi das Cruzes a seus pés, a Itapety é uma daquelas serras domésticas q pouco caso se faz quiçá devido pela sua proximidade à urbe. Entretanto, explorando suas suaves escarpas c/ um pouco mais de disposição e desprendimento é possível descobrir novos trajetos trekkeiros em meio a densa e úmida vegetação, coroados de belos e improváveis mirantes rochosos q além de dar novas panorâmicas da região, corrobora a velha tese de q a Itapety tem atrativos q vão alem do seu ilustre pto culminante, o Pico do Urubu.
Quem viaja pela Rio-Santos na passagem de Bertioga pra Guaratuba não pode deixar de reparar um enorme domo granítico a nordeste, cujo perfil sobressai da escarpa da Serra do Mar. Este bloco é conhecido pelo nome de Pedra da Boracéia e seu cume, algo de 1240m, sendo 100m maior q o Corcovado de Ubatuba, é acessível de duas formas. Ambas por trilhas tão tortuosas qto duvidosas: pelo litoral durante dias (se é q de fato existe picada), ou abreviando o trajeto já partindo do próprio planalto, num dos braços da represa Ribeirão do Campo, na região serrana de Casa Grande. Como ultimamente tempo anda em falta optamos logicamente pela segunda opção, e quem sabe assim tentar atingir o cume da maior elevação topográfica daquela região.
Araucárias rodeadas de imponentes montanhas, planícies de pasto ralo e belas cachoeiras são o cenário recorrente da Serra do Cadeado, respeitável elevação do Planalto de Guarapuava q nada mais é que um trecho erodido e desgarrado da famosa Serra Geral no norte paranaense. A apenas 90km de Londrina e 25km da localidade de Mauá da Serra, os paredões verticais q compõem esta cadeia montanhosa são bastante conhecidos por suas vias de escalada, mas tb guardam diversas possibilidades de caminhadas pra ninguém botar defeito. E num simplório fds palmilhamos uma generosa porção sul da serra descortinando as belezas naturais q compõem seus tradicionais ptos turísticos. Uma travessia semi-selvagem de nível moderado neste rincão do sul q mal ainda deu pra arranhar.
Após fazer a digestão de um delicioso pão-com-tomate-e-salsicha e tirar um breve cochilo, retomamos nossa jornada as 13:15hrs, escalaminhando td o trecho do vale ate os descampados de capim daquele primeiro platô da Serra do Cadeado, sob os protestos da algazarra de ruidosas maritacas. Uma vez no alto bastou apenas palmilhar suavemente a vasta campina ressequida pipocada de samambaiais recém-roçados, ganhando altitude de modo a atingir o alto da serra de fato. No caminho, passamos pela Pedra do Favo (&ldquo,Cocoruto&ldquo,, segundo a Cacau), uma gde formação rochosa com formato de barbatana de tubarão onde a galera da escalada se esbalda lagartixando por suas reentrâncias de pedra.
Quem percorre a região de Cruzeiro e Passa Quatro, próximo da divisa entre São Paulo e Minas Gerais respectivamente, nunca imaginaria q aquele cenário ate então bucólico já foi em 1932 um sangrento campo de batalha. De um lado, rebeldes paulistas, do outro, soldados mineiros sob as ordens de Getúlio Vargas. No meio, uma linha ferroviária encravada entre as montanhas da Mantiqueira q a haviam tornado um local altamente estratégico, entrando pra historia como o mais importante &ldquo,front&ldquo, da Revolução Constitucionalista. E foi justamente este trecho desativado de 24km entre ambos municípios q fomos andarilhar neste fds, e assim descortinar as belezas naturais do q já foi um dia a única ligação do sul de MG com o Vale do Paraíba.