Avalanche no Annapurna deixa dois sherpas desaparecidos. Brasileiros estão a salvo e bem

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Uma avalanche no Monte Annapurna, no Nepal, deixou dois sherpas desaparecidos em 07/04. Rima Rinje Sherpa e Ngima Tashi Sherpa foram atingidos pela avalanche enquanto transportavam cilindros de oxigênio para outros montanhistas entre o Acampamento 2 e o Acampamento 3 — considerado o trecho mais perigoso da montanha.

As buscas pelos Sherpas continuam. Foto: Ilan Adler /Wikimédia Commons

Os dois homens, ambos nascidos no Vale Khumbu e integrantes da equipe da Seven Summit Treks, estavam trabalhando quando a avalanche ocorreu por volta do meio-dia, a uma altitude de 5.600 metros. Outro sherpa, Pemba Thenduk, também foi atingido, mas conseguiu se segurar e iniciou imediatamente as buscas pelos colegas, sem sucesso.

Segundo o líder da expedição, Chhang Dawa Sherpa, ao menos quatro outros sherpas se juntaram à tentativa de resgate no local. Um helicóptero de busca sobrevoou a região até o anoitecer, também sem localizar os desaparecidos. Uma nova equipe aérea foi enviada e deve retomar as buscas ao amanhecer. “Embora as chances de encontrá-los vivos sejam pequenas, não estou perdendo as esperanças”, afirmou Dawa.

O acidente interrompeu a rota entre os acampamentos 2 e 3, afetando o retorno de dezenas de alpinistas que haviam alcançado o cume horas antes. Pelo menos 40 montanhistas chegaram ao cume em 07/04. A previsão é que a linha seja restabelecida ainda nesta terça-feira.

Brasileiros no Annapurna

O brasileiro Roman Romancini, que também está em uma expedição no Annapurna, havia descido para o Acampamento Base minutos antes do deslizamento, e registrou em vídeo o momento da avalanche. Ele contou que a descida foi muito tensa e técnica, mas que teve uma intuição para não ir ao cume. Ele também disse ter encontrado Moisés Fiammoncini e Renata Oliveira no Acampamento 1 e todos estão bem.

Já o experiente guia Mingma G, que conseguiu levar sua equipe ao topo da montanha, anunciou sua despedida definitiva do Annapurna. “Esta montanha é muito arriscada. A beleza sempre me atraiu, mas eu não posso mais arriscar minha vida aqui”, escreveu em suas redes sociais.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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