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mais sobre a viagem de Parofes: Quanto mais, melhor!
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as aventuras de Parofes
Uma hora pra primeira subida, deixamos tudo no camping que fica a 3.550m, descemos, desmontamos a barraca, preparamos tudo e subimos. Chegamos no camping definitivamente as 20h. Ainda tínhamos uma hora de sol pra poder arrumar a barraca, comer e dormir.
Conseguimos ir dormir só lá pelas 23h. Acordamos quase as oito, levantamos, toda a rotina se repetiu e as 13h começamos a andar dessa vez com todo o peso, cerca de 750 metros de desnível mais acima, uma subida um bocado mais dura de apenas 2km de trilha. Como essa subida é miserável e termina com uma rampinha chamada infernillo e não é nada agradável, a decisão foi de subir logo com tudo mesmo que fosse muito duro. Lá fomos nós, levamos quase quatro horas. Bem, o Edson três e meia e eu quase quatro, fiquei bem pra trás.
Cheguei lá exausto, mais cansado que o normal pra alta montanha. Nem me preocupei, estava bem, tínhamos chegado no camping que queríamos e nosso combinado era descansar por dois dias antes de começar os ataques.
Entretanto, assim que terminamos de montar a barraca e caprichar nas amarras pois no camping El Salto a 4290m venta forte, o Edson havia combinado com dois argentinos de tentar o Plata na manhã seguinte pra aproveitar o bom tempo. Pra mim obviamente não daria, estava bem cansado. As cinco da manhã lá se foi o Edson e eu fiquei no acampamento absolutamente só. Não havia mais ninguém alem de nós quatro lá.
O dia foi duro. Quando acordei de cara percebi o inesperado não tão inesperado. Estava gripado, com secreção verde o que indica infecção respiratória. Fiquei triste, puto da vida, chorei, mas não pensei duas vezes para tomar uma atitude definitiva: Descer na manhã seguinte. Uma gripe a 4300m acima do nível do mar para um brasileiro é um risco sério. As montanhas estarão lá por muitos e muitos anos, eu talvez não.
Não tinha nada pra fazer, caminhar me cansava demais, então li, li, caminhei pelos arredores sem ir longe, bati papo com um alemão que estava mais acima, próximo ao glaciar…fiz algumas fotos…
Na tarde, lá pelas 16h o Edson chegou, com muita dor de cabeça, mas com fotos lindas do cume do Cerro Plata, pra ele segunda vez. Quando disse sobre o meu problema ele ficou transtornado, planejamos tantas fotos juntos, mas nada daquilo aconteceria, pelo menos não desta vez.
Fomos dormir no final do dia em clima de velório.
Acordei pior, dor no corpo e febre. A decisão agora era mais que certa. O Edson ficaria para concluir os cumes então arrumei minha mochila o mais rápido que pude e as nove e meia comecei a descer sozinho. Prometi a Lili que seria muito cuidadoso e cumpri minha palavra. OBS: Saudade amor, saudade mesmo.
Cheguei na estação de ski só o po da rabiola, na capa do Batman. Ardendo em febre, fraco e aborrecido…Felizmente reencontrei um argentino que conhecemos dias antes e ele gentilmente me deu uma carona ate Potrerillos onde, meia hora depois, consegui pegar um ônibus pra Mendoza onde cheguei quase as cinco da tarde.
Cheguei no albergue mal, mas não como estava acima. A melhora era evidente. Me mediquei rapidamente pois trouxe comigo uma farta quantidade de remédios de casa, inclusive antibióticos. Descansei…
No dia seguinte, descansei e me mediquei já bem melhor…No terceiro dia estava novo. Foi triste, mas acredito ter sido a melhor decisão.
No quarto dia o Edson chegou sedento por um banho, mas muito feliz. Fizera cume no Vallecitos e no Lomas Amarillas também, uma montanha pouquíssimo visitada por ser perigosa, com cume a 5095 metros. Só não ponho as fotos agora porque não as tenho aqui, mas podem ser vistas no orkut dele. Resumindo, o Edson fez cume em: Adolfo Calle, Stepanek, Franke, Lomas Amarillas, Vallecitos e Plata.
Em uma hora e meia volto ao Cordon del Plata, não posso ir embora da cidade sem tentar mais uma vez, desta vez recuperado espero.
Continua…