O escalador e atleta belga Sean Villanueva O’Driscoll, realizou a travessia completa do conjunto do Fitz Roy em solitário na última semana. A lendária travessia compreende vencer os nove picos que formam o maciço e é considerada uma das mais emblemáticas da Patagônia. Essa é a segunda vez que a travessia é concluída.
Conforme divulgado em primeira mão nas Redes Sociais da Patagonia Climb, O’Driscoll escalou o Reverse Fitz Traverse sozinho, com apenas uma corda, uma flauta e um bolo para comemorar o seu aniversário. Bela forma de completar 40 anos, não é mesmo?
Nascido em 1981, O’Driscoll escala a mais de 20 anos e tem a Patagônia como sua segunda casa. Lá ele adquiriu experiência escalando em Torres Del Paine e em El Chalten, onde fica o Fitz Roy, e adicionou grandes feitos ao seu currículo. Algumas delas são a impressionante escalada pela face leste do Fitz Roy e a escalada do Cerro Catedral e no Cerro Cota 2000 em livre e o first ascent também em livre de El Regalo de Mwonona na Torre Central del Paine.
Assim, o também escalador Colin Haley comentou o feito do amigo: “Não há dúvida de que esta é a subida solo mais impressionante já feita na Patagônia, e não posso deixar de me perguntar se é simplesmente a escalada mais impressionante de todos os tempos feita na Patagônia em geral”.
O escalador Horacio Gratton também comemorou o feito e gravou a recepção do escalador Belga ao retornar após completar a travessia. Confira no vídeo abaixo:
A travessia
A Travessia do Fitz Roy foi concluída a primeira vez por Tommy Caldwell e Alex Honnold em fevereiro de 2014 que levaram 5 dias para terminar o desafio. O’Driscoll ainda não divulgou os detalhes da sua jornada, mas já se sabe que o tempo foi menor que o usado por Caldwell e Honnold e que ele fez a travessia começando pelo lado contrário. Assim, a ordem das montanhas foi: Aguja de l’S, Aguja Saint-Exúpery, Aguja Rafael Juárez, Aguja Poincenot, Aguja Kakito , Cerro Fitz Roy, Val de Bois, Aguja Mermoz, Aguja Guillaumet.
::Leia mais sobre a Travessia feita por Caldwell e Honnold
Esse é um desafio que vem sendo tentado durante décadas. A travessia percorre uma crista com cerca de cinco quilômetros de comprimento e mais quatro quilômetros de subidas e decidas. Em alguns trechos de escalada a graduação das linhas podem chegar a 7a francês, o equivalente ao 7c brasileiro.
Após a primeira conclusão da linha foram necessários sete anos e muitas tentativas para que ela fosse repetida.