A expedição partiu de Lukla e tinha como objetivo realizar , um roteiro de 360º iniciando-se pelo Vale do Hongu, subida do Mera Peak, travessia do Passo Amphu Laptse, subida do Island Peak e Kalapatar, Campo Base do Everest , e descida pelo Vale do Khumbu.
A empreitada contou com 2 Climbs Sherpas e 1 Sidar mais a equipe de cozinha e carregadores, totalizando 28 pessoas.
Após 10 dias de subida e aclimatação chegaram ao Glaciar do Mera (5.413m) e partiram na madrugada de 22.11 para o ataque ao cume do Mera Peak (6.470m), porém devido à baixa temperatura, chegando à -22º C , e velocidade dos ventos acima de 80km somado à sensação , térmica ainda mais negativa, o grupo não atingiu o cume, chegando Gerson Uchimura o mais próximo à 6.200m. ,
A expedição cruzou o Passo , Amphu Laptse (5.845m) em 25.11 após um dia anterior de aproximação bem puxado, porém a travessia foi considerada pelo grupo como o dia mais difícil, por exigir muito tecnicamente e pelos próprios riscos, principalmente na descida. O trajeto do Amphu , tem seu início com uma subida bastante íngreme em rochas soltas, caminhada e escalada em paredes de gelo com inclinação de quase 90º, uma descida de uma parede de 400m aproximadamente, onde se faz um rapel de 60m e o restante caminha-se por suas , beiradas que no início revezam-se entre , pedras, neve e gelo. , As últimas duas horas de caminhada até o acampamento foram realizadas já durante a noite. Houve uma queda do Gerson no rapel, mas o mesmo não sofreu ferimentos.
Após as dificuldades passadas e o frio do inverno já mostrando seus sinais a equipe decidiu abortar a subida do Island Peak (6.189m) por segurança, e em 29.11 realizaram a subida do Kalapatar para assistir ao pôr-do-sol do Everest, chegando no dia seguinte ao Campo Base.
Com estes objetivos concluídos restava apenas a descida pelo Vale do Khumbu, atravessando inúmeros povoados, desfrutando de sua beleza ímpar, com a vegetação bastante verde e rio cristalino com águas provenientes dos glaciares.
Fernando e Marcela ficaram em Namche Bazaar, grande vilarejo ao norte de Lukla, de onde partiram para outras travessias.
A Expedição Brasileira foi uma das únicas a cruzar o Amphu Laptse sem acidentes graves em 2.008. Foram registradas 4 fatalidades neste período.
Texto – Maurício Anchovas