A nova via da face norte do Bau fica no lado direito da via “Bito Meyer”, saindo do platô MSP. Ela tem 4 enfiadas, deixaremos o conquistador falar de sua obra, nas palavras de Bruno Matta:
1° cordada:
Linda Cordada, grau de dificuldade de V e com grau de exposição E3, sai do platô e logo protege em um grampo “P”, após um pequeno balé com a sapatilha, acessa-se um pequeno diedro a esquerda do “P” onde se pode proteger com uma nut a prova de bombas. Segue por esse pseudo diedro, onde é possível proteger um pouco mais acima com um TCU meio raso ou uma nut, após esta proteção simbólica, segue a linha natural das agarras, tendendo para a esquerda até dominar o positivo no lance mais exposto da cordada, mas bem tranqüilo IV sup.
Após o esticão, protege no 2° “P” da cordada, onde segue tendendo novamente para a esquerda até alcançar um grande batente, por onde se segue até alcançar o 3° “P” da cordada, no conhecido esticão prof. Girafales em lances de agarras sólidas e rocha aderente. Após proteger nesta ultima proteção a linha irá tender para a direita sentido a concha que se forma na parede, protege-se antes de chegar na base em um friend médio e após 30 mts de cordada, chega-se a P1, com dois grampos “P”s na parada.
2° cordada:
Mesmo grau de dificuldade da primeira e de exposição, sai da parada em lances de agarras (IV sup) até o primeiro grampo da cordada, desse grampo segue-se a linha natural de agarras para a esquerda no sentido de um pequeno negativo alaranjado, em baixo desse negativo pode-se proteger muito bem, com friends médios grandes, o qual irá te proteger para virar o negativo (IV sup), após este lance, segue a linha de agarras e balcões até chegar a um buraco que lembra muito bem um olho, onde se protege muito bem com outro friend médio.
Segue a linha natural de agarras novamente, até chegar a um pequeno platô, onde existem inúmeras possibilidades de colocação móvel, após alguns lances irá chegar a 2° proteção fixa da cordada a qual protege um lance vertical de agarras (V), novamente um pequeno balé para esquerda e depois para a direita e chega-sena P2 após 35 mts, uma confortável parada com direito a porta trecos e tudo mais.
Nesta investida, no feriado do 1° de maio, o Bito estava terminando uma conquista junto com a Karina a esquerda do teto da Cães, a via Suave Desespero, eles estavam bivacados nos ledges.
Resolvi entrar na via em solitário me auto assegurando para conquistar o restante da rota, bivaquei sozinho no MSP e após uma longa noite de estrelas, muito bem acompanhando por um destilado de Uva, acordei bem cedo e com a cidade de São Bento ainda coberta pela neblina matinal, toquei para cima na cordada seguinte.
3° cordada:
Bem interessante e diversificada, sai da base em lances de regletes e placa, no lance apelidado de lance da bruxa do 71, protegidos por uma seqüência de 3 chapeletas (VI), seguindo em direção ao teto com uma fissura horizontal, ou mais precisamente a um enorme bico que possui uma fissura a sua direita.
Protege-se muito bem com friends pequenos na base do tetinho e na fissura ao lado e faz um lance aéreo e bonito (V°sup) para virar o pequeno tetinho e alcançar o positivo. Após alcançar o positivo, segue tendendo para a esquerda em sentido do teto triangular na tua esquerda, passa por uma fissura horizontal a qual protege com um friend médio e domina o platô que está a P-4, após 35 mts de cordada.
4° cordada:
Aérea, estética, bonita, com certeza uma das cordadas mais belas em livres da região. Esta cordada trata-se de um presente completando a via da melhor maneira possível.
Está bem protegida para possíveis vôos, esta localizada em uma aresta a direita da Bito e do teto triangular do Baú com 8 proteções fixas trata-se de um final apoteótico para a escalada, com lances esportivos e atléticos possui o grau sugerido de 7°c, sendo possível roubar em alguns lances mas com passagens em livre obrigatórias, tornando necessário mandar alguns lances chaves e complexos.
Assim sendo deixamos mais uma contribuição para a escalada da região, uma via diversificada, completa e aguardando novas repetições.
Texto e foto de Bruno Matta: Brasil Vertical