Fotos de Lineu Filho
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Com arquitetura e mobília clássica, a casa também serviu como posto de telégrafo, local de hospedagem e centro de reuniões dos funcionários da Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA). Localizada à margem da ferrovia e no caminho do Itupava, está encravada dentro do Parque Estadual da Serra da Baitaca, uma unidade de conservação ambiental. O imóvel pertenceu a RFFSA até a sua privatização, depois de posto a leilão. Neste tempo todo, por estar em local de acesso público em meio a Floresta Atlântica, a casa sofreu a ação de pessoas que roubaram os materiais e destruíram a ponto de restarem apenas as paredes fortificadas com trilhos de trens.
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Devido à morosidade legal, somente no final de 2003 as empresas LN Empreendimentos e Confronto Imóveis conseguiram o direito possessório. Para que a reforma pudesse ser viabilizada seria necessário à posse do registro do imóvel.
A América Latina Logística (ALL), empresa que tem a concessão da estrada de ferro, não se responsabilizou pelos imóveis históricos da linha férrea. A empresa informou, por meio de nota, que o contrato de concessão ferroviária prevê que a ALL seja a responsável pelos bem considerados operacionais (estações, pátios e demais locações necessárias à operação ferroviária).
Segundo Luis Napoleão Filho, dono da LN Empreendimento, para que o registro fosse feito em nome da Ong Moradas do Tempo foi necessário recorrer ao usucapião. Temos a expectativa de ter o registro da Casa do Ipiranga para este semestre. Com ele em mãos, poderemos por em prática o projeto de reforma, disse Napoleão Filho.
O projeto, contudo, só será concretizado se houver aprovação da verba através da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313), conhecida também por Lei Rouanet, de incentivo cultural.
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Napoleão informa que, se tudo der certo, depois de restaurada a Casa do Ipiranga será destinada ao uso de uma instituição de cunho social. Analisaremos as propostas. Isso deverá ser definido antes do fechamento do projeto oficial, para que a obra seja adequada às , atividades que serão empregadas no imóvel, afirma. Ele acha que as prioridades deveriam ser a Polícia Ambiental e instituições ecológica e educacional.
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Uma força do Vitamina
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Um dos mais antigos freqüentadores da região, o senhor Paulo Henrique Schimidlin, 78 anos, mais conhecido com Vitamina, conta que na década de 80 tinha as chaves da casa e por muito tempo a utilizou como alojamento. Naquele tempo ele servia de guia para técnicos da RFFSA pelas trilhas da mata. Era uma bela e útil construção com detalhes muito interessantes como lareira, lindas janelas e mobília clássica com brasões da rede que administrava a estrada de ferro, disse Schimidlin. Muitos dos detalhes do banheiro da casa por exemplo são idênticos aos de outras construções clássicas da época, como o Castelinho do Batel.
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Hoje o ex-guia trabalha no Patrimônio Histórico da Secretaria Estadual de Cultura. , Ele é favorável à reforma da casa. Para que seja usada como ponto de informação e de referência histórica aos turistas seria o ideal. A casa sempre teve um caráter usual, nada mais justo que torná-la num ponto de encontro para quem quiser fazer o caminho do Itupava e conhecer a região.
Reportagem Jadson André
Fotos Lineu Filho
Fonte: Jornale
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