Quem nunca ouviu a frase: Quem ta fora quer entrar, quem ta dentro quer sair? Toda a vez que juntamos aquela roda de amigos, e alguém fala em casamento, o papo fica nesse tom de brincadeira. Contudo, como sabemos, casamento é coisa séria, tão séria que alguns casais aproveitam-se da ocasião para mostrarem aos familiares e amigos (e ao mundo) o quanto valorizam certos prazeres…
Foi em 28 de julho de 2007, o cenário era a montanha de nome Camapuã, que acompanhada do Camacuã e do Tucum, formam um dos cenários mais bonitos da Serra do Mar Paranaense. Os noivos eram o Daros e a Carin, porém, vamos começar pelo início né?!
Nós havíamos subido a montanha na noite de sexta feira, e nossa intenção era de pernoitar no Camapuã e no outro diz zarpar em direção as outras montanhas da região. Porém, ao acordarmos e, em meio ao nosso café da manhã, fomos surpreendidos por alguns visitantes com trajes nada convencionais, portando materiais e equipamentos menos aprovados para o montanhismo ainda…
De repente um dos presentes saca de sua mochila de mão um pequeno violino, o que despertou de vez nossa curiosidade. Que que é isso, amigo??? Sou músico, vou tocar no casamento que se seguirá em breve…
Não demorou muito, a montanha estava toda preparada para a festa. Comes e bebes trazidos no “lombo” dos convidados, perfeitamente ajeitados sobre uma bonita toalha de mesa, que por insistência das gramíneas e do vento, persistia em não permanecer impecavelmente esticada, uma pista de pouso pronta para receber a noiva, qual orgulhosamente ajudei a “construir”, violino afinado, pastor ajeitado e noivo já pronto e aguardando.
Tudo bem que é normal a noiva atrasar em casamento, porém, dessa vez ela não foi a culpada. Pouco antes do horário marcado, uma teimosa nuvem deu o ar de sua graça. Pelo rádio, ouvimos o piloto do helicóptero perguntar sobre as condições na montanha. Não preciso dizer a triste resposta daqueles que aguardavam ansiosamente a figura elegante da noiva.
Passou mais um tempo, noivo, pastor, violinista e parentes já desacreditados e ouvimos o tilintar das pás das hélices do aeronave, que sob protestos da noiva sobrevoava a montanha. Deu um rasante aqui, outro acolá, mas tanto nós quanto o piloto não enxergávamos nada. De repente, como que a um momento predestinado e aguardado no contínuo do espaço tempo, uma brecha de céu azul se abre e eis que bem no meio, aparece o helicóptero. Num zaz o piloto se encarregou de descer, fazendo um pouso perfeito, trazendo a tona uma imagem que nunca mais esquecerei.
Video do pouso!!!
Abre-se a pequena porta da aeronave, e assim como o pouso do helicóptero, rapidamente desce a noiva, linda como que a uma verdadeira princesa, arrancando suspiros do noivo. Pouco tempo depois o casamento já estava consumado, os convidados já haviam provado o maravilhoso sabor de um lanche na montanha, e todos já haviam descido. Os noivo partiram ao Tucum, onde passaram a primeira noite de núpcias, sobre um frio de menos 10ºC, e uma camada de 2 cm de gelo, que veio durante a noite.
Eu e meus colegas participamos, nos emocionamos e comemos juntamente aos convidados, apesar de sermos os penetras da ocasião. Do caderninho do cume, tirei uma foto, qual guardo até hoje nos meus arquivos, com o relato daquele casal. Aliás, se eles lerem este texto, peço para que entrem em contato conosco, pois guardo em minha casa uma recordação para eles, qual tenho certeza que gostarão muito…
Ah… A notícia do casamento Tcheco está aqui!!!