Estou de volta da viagem de 5 dias escalando na Serra do Cipó, minha segunda visita à esse paraíso da escalada esportiva. Mais uma vez fui acompanhado do Daniel Mamede, e tivemos também a companhia do nosso amigo Júlio Francês Pimentel. Antes de mais nada, vou pedir desculpas pela falta de imagens no post, acabei não levando minha câmera, mas espero que isso não faça tanta falta.
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Antes mesmo de começar o retorno sabíamos o que teríamos pela frente. No primeiro dia encaramos 8,3km e 1.258 metros de desnível com mochilas pesando pelo menos 15kg cada por metade do caminho, peso que foi aumentado após a coleta da água para quase 20kg cada. No segundo dia já havíamos caminhado 6,6km só para chegar ao cume da montanha objetivo. Agora teríamos que fazer o mesmo para voltar, não seria fácil mesmo sem o peso do dia inicial.
A Serra do Ibitiraquire entrou na minha vida através de uma pequena matéria na antiga revista Aventura Jah de Sergio Beck, pois até então eu nem sabia que o Paraná tinha montanhas… De certa maneira, o Estado que abriga o Marumbi (uma serra pouco mais ao Sul do Ibitiraquire) e uma das mais ricas culturas do montanhismo é fechado e divulgar suas belezas e seus encantos foi durante muito tempo algo proibido…
Pequeno sim, mas burro não. Nosso meio de montanha é pequeno, ao ponto de após um ou dois anos de prática, já possuir conhecimento de nomes de pessoas que escalam a milhares de quilômetros de distância. Porém, como disse na frase acima, esse meio não é burro.
Semanas antes desta aventura, Tácio e eu trocamos e-mails repetidamente sobre a intenção mútua de ir ao Itatiaia. Infelizmente, em virtude dos vários focos de incêndio causados pela seca que atingiu vários estados brasileiros, o parque ficou fechado. Assim partimos para a segunda e não menos bela opção, Serra Fina, local onde estive pela última vez em 2008.
Coisas estranhas acontecem no velho Caminho do Itupava desde que por lá alguém perseguiu uma anta em meados do século XVI. Mas quando pensei que aquelas pedras já tinham visto de tudo, eis que nova surpresa aparece para desafiar a lógica. Muitos já disseram a mesma coisa, mas vou repetir só pra confirmar minha fama de chato; Lógica é uma Merda. Vamos aos fatos fresquinhos relatados pela Gazeta do Povo, Paraná Online e muitos outros veículos da imprensa local.
Uma notícia bacana que nosso colega Luciano Fernandes trouxe esta semana foi sobre um casamento numa montanha, de um casal tcheco. Porém, não é só na gringa que estes eventos acontecem…
Voltei. Não me é fácil sentir novamente o coração da cidade a bater. Desejo que a minha mente permaneça lá por mais algum tempo, por todo o tempo, mas os dentes da vida comum tragam-me a toda a velocidade.
Forço-me de tempos a tempos e por alguns instantes a respirar e nesses pequenos ápices, deixo-me sentir a realidade que ainda há bem pouco vivi.
Na pouco conhecida Serra do Pau d´Alho, entre Andradas e Ibitiura de Minas, ficam três morros que são o paraíso para quem gosta de escalada de aventura.
Durante onze anos persegui meus sonhos de criança em montanhas dentro da América do Sul, neste período fiz grandes amigos, descobri novas culturas, aprendi outros idiomas, comi o que não devia em lugares nada saudáveis, fui picado por mosquitos exóticos e peguei doenças tropicais em florestas da Amazônia. Congelei a ponta dos dedos algumas vezes e até preso por fotografar uma manifestação clandestina já fui, mas este ano tive de desacelerar tudo o que faço e levar minha cria para sua primeira experiência fora do país e perto destas culturas que tanto me fascinaram por estes anos. Uma temporada com poucos cumes e de muitas descobertas.