Caynã Maltauro, 9 anos, escala o Cerro Plata e o Vallecitos nos Andes

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Menino de 9 anos que mora no interior de Minas Gerais escalou recentemente duas montanhas com mais de 5 mil metros nos Andes com seu pai e uma amiga dele, mas não é só. Também escalou em rocha na Argentina em Arenales e La Ola, escaladas normais para ele, quando lembrado de suas experiências com o montanhismo adquiridos na Serra da Mantiqueira.

Todos os anos aparece na mídia de montanha alguma notícia de um novo garoto prodígio da escalada, encadenando vias de alto grau de dificuldade como se estivessem brincando. De fato, crianças assim, apesar de haver poucas, não são raridade. Grandes escaladores do presente, como Chris Sharma, Adam Ondra, David Lama e Felipe Camargo já foram meninos prodígio anos atrás. 
 
Caynã Carvalho Maltauro, de apenas nove anos, é mais do que um menino prodígio na escalada, chama atenção também por sua experiência, mesmo com tão pouca idade! Caynã, que está sendo chamado de “El niño de la montaña”, mora em Itamonte – MG, aos pés do Maciço do Itatiaia e da Serra Fina, no meio da Mantiqueira, que ele frequenta com afinco há 6 anos. Isso mesmo, Caynã vai para as montanhas desde que tem 3 anos de idade!
 
O “niño de la montaña”, é filho do montanhista Vinícius Maltauro que trabalha como guia de montanha na Mantiqueira e é dele que veio a paixão pela altura, trilhas e pedras. O Parque Nacional do Itatiaia é o seu quintal e além disso Caynã também já fez escaladas tradicionais na rocha, o que lhe preparou psicologicamente para estar na altitude. Sua identificação com a montanha é tamanha que Caynã comemorou seu aniversário de 9 anos escalando a Pedra do Picu, um morro de rocha bastante escarpado em Itamonte.
 
Com toda essa experiência e na companhia do pai, e de uma amiga, a Dani, escalar com sucesso uma alta montanha ocorreu naturalmente. Antes, no entanto, eles foram escalar em Arenales que é um local de escaladas tradicionais, que são naturalmente mais comprometedoras.
 
A viagem foi planejada para uma criança, respeitando os limites do pequeno, para que ele aproveitasse e se divertisse ao máximo. Em Arenales eles fizeram algumas vias na Mitria, Carlos Daniel, e chegaram a fazer uma via de 220 metros, a Armônica, na Aguja Campanile Alto -3400m onde Caynã foi muito bem, escalou animado o tempo todo, e mandou os crux de fenda com muita facilidade.
 
A técnica de escalada foi sempre a de fazer segurança em “A”, geralmente com o pai Vinícius guiando e Dani acompanhando ele de segundo. Assim, se ele tinha alguma dificuldade, Dani conseguia ajuda-lo com a leitura do movimento e o menino superava as dificuldades. Com as experiências, Caynã até guiou e deu segurança de cima para a Dani, assistido por seu pai, usando todos os procedimentos corretamente, fazendo Dani chorar de alegria.
 
Depois deste preparo, ir ao Cordón del Plata, para que Caynã conhecesse uma alta montanha se tornou uma opção bastante viável. Os cuidados redobraram lá por causa da altitude.
 
A subida foi tranquila, sempre respeitando os limites do pequeno. A família foi até o acampamento Las Veguitas em um dia, no outro dia fizeram cume numa montanha de 4142m mil metros, o San Bernardo. Após descansarem um dia, eles subiram para o acampamento Piedra Grande e depois para o Acampamento El Salto, localizado a 4200 metros de altitude.
 
Realizando porteios até o acampamento La Hoyada, que fica a 4600 metros, a família se aclimatou para tentarem o primeiro cume acima dos 5 mil, que foi o Vallecitos, de 5500 metros que além da altitude tem o trecho final, uma escalaminhada bastante exposta, como um desafio psicológico.
 
Com este cume na gaveta, sobrou a cereja do bolo, o Cerro Plata, de 5950 metros, uma ascensão de 1300 metros de desnível que deixa muito marmanjo pelo caminho. Evidentemente que não foi uma brincadeira, mas Caynã e seu pai conseguiram fazer o cume. Na volta, enquanto o pai descansava na barraca, o filho ainda tinha energia para brincar no glaciar.
 
Na subida, Caynã se impressionou com o Aconcagua e pediu para seu pai o levar lá. No entanto, mesmo que a família queira, é preciso uma autorização judicial para uma pessoa tão jovem tentar escalar a montanha mais alta dos Andes. O Sentinela de Pedra vai ficar para mais tarde.
 
No retorno para casa, a família ainda passou por Córdoba, onde Caynã pôde brincar um pouco mais nas escaladas de la Ola, finalizando uma viagem impressionante…
 
Imagine a cara da professora de Caynã, na hora dela corrigir aquela redação padrão de começo de ano escolar, onde a criança tem que dizer como foram suas férias?
 
Para saber mais sobre o Caynã e suas aventuras, visite sua página pessoal no FaceBook!
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Sobre o autor

Texto publicado pela própria redação do Portal.

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