Dezenas de Unidades de Conservação e Parques são fechados devido aos Incêndios Florestais

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A onda de calor e o tempo seco favorecem o aumento dos incêndios florestais que estão devastando grande parte do Brasil. Centenas de hectares de matas, plantações e pastos já foram destruídos, e as regiões de montanha e unidades de conservação não ficaram imunes.

Para tentar minimizar os impactos ambientais e prevenir novos incêndios, alguns parques e Unidades de Conservação tomaram algumas medidas de precaução. Confira a seguir alguns dos locais que foram fechados preventivamente ou devido aos incêndios:

SÃO PAULO

Fechamento Preventivo de 81 Unidades de Conservação

O governo do Estado de São Paulo determinou o fechamento de 81 unidades de conservação até 29/09. De acordo com a portaria da Fundação Florestal, apenas os parques estaduais Campos do Jordão e Cantareira permanecerão parcialmente abertos nas áreas concessionadas, desde que não haja risco para os visitantes.

Entre os locais fechados estão o Monumento Natural (MONA) Pedra do Baú, o Parque Estadual (PE) Jaraguá, o Parque Estadual (PE) Juquery, o Parque Estadual (PE) Mananciais Campos do Jordão, entre outros. A lista completa pode ser vista aqui.

MINAS GERAIS

Morro do Couto – Parque Nacional do Itatiaia

Essa foi uma das primeiras áreas a serem atingidas pelos incêndios. Em 13/06, um incêndio destruiu boa parte da vegetação. A administração do PNI fechou a área para visitação para evitar riscos aos usuários e permitir a recuperação do frágil ecossistema. “Informamos que as trilhas do Morro do Couto e Couto-Prateleiras permanecerão fechadas. As equipes responsáveis estão trabalhando em medidas para a recomposição da biodiversidade local”, explicou a nota no site oficial.

Incêndio na região do Morro do Couto visto desde a Pedra da Mina. Foto: Kayna Moreira

Serra Fina

A administração da região da Serra Fina anunciou a suspensão das vendas de ingressos para os atrativos da região até a próxima temporada de montanhismo, que começará em abril de 2025. A ação visa previnir incêndios na região. “Considerando a criticidade das condições climáticas previstas para setembro, o alto risco de incêndios florestais e os danos severos à biodiversidade do Maciço da Serra Fina, a temporada de visitação foi antecipada e as vendas de novos acessos foram suspensas”, informou a administração por meio de seus canais de WhatsApp.

Região do Marins e Itaguaré

Em 13/09, o município de Passa Quatro publicou um decreto emergencial restringindo o acesso às trilhas que levam aos Picos do Itaguaré, Marins e Marinzinho, por motivos ambientais e de segurança. A área ficará fechada para visitantes até 30 de setembro.

Pico do Papagaio

Um incêndio criminoso atingiu a região do Pico do Papagaio. Em 12/09, a polícia prendeu dois homens responsáveis pelo incêndio na vegetação nativa. Eles foram ouvidos e soltos, e deverão pagar uma multa de R$ 29,5 mil. Infelizmente, o fogo já destruiu grande parte da vegetação, e os Bombeiros e brigadistas seguem no 9º dia de operações na região. Não é recomendado a visitação ao local devido ao risco para os usuários.

Região do Pico do Papagaio. Foto: Polícia Militar de Meio Ambiente

Reserva Particular do Patrimônio Natural Santuário Caraça

Em 16/09, o Corpo de Bombeiros completou o 6º dia de operação na Serra do Caraça para combater um foco de queimada que começou no Pico do Inficionado. Devido ao incêndio, o Santuário da Serra do Caraça está fechado para visitações por tempo indeterminado. Estima-se que cerca de 2,5 mil hectares foram destruídos até agora.

Além dos locais mencionados, também foram atingidos por incêndios:

  • Parque Estadual Serra do Brigadeiro
  • Parque Estadual do Pau Furado
  • Parque Estadual de Ibitipoca
  • Parque Estadual Serra do Cabral
  • Parque Estadual Serra Negra da Mantiqueira
  • Monumento Natural Estadual da Serra da Moeda
  • Parque Estadual de Paracatu
  • Unidade de Conservação Municipal e Particular em Ferros

RIO DE JANEIRO

Parque Estadual de Três Picos

O governo do Rio de Janeiro fechou 40 unidades de conservação do Inea em 13/09 para prevenir as queimadas. Infelizmente, o fogo já havia causado estragos no Parque Estadual dos Três Picos desde o mês passado. Um balão que caiu na região do Vale do Jaborandi e Morro do Gato, em 18/08, é suspeito de ter causado um dos incêndios que destruiu parte da vegetação do parque.

Guarda-parques do INEA trabalhando no Parque dos Três Picos. Foto Divulgação PETP

Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis – Pedra da Tartaruga

O fogo, iniciado em 12/09 por um incêndio criminoso, destruiu cerca de 110 hectares entre a Pedra da Tartaruga, Pedra do Camelo e o Vale do Arrieiro, em Teresópolis. O incêndio destruiu a sinalização e a principal passarela da trilha que leva ao Mirante da Pedra da Tartaruga, resultando no fechamento da sede da Pedra da Tartaruga.

Passarela da Pedra da Tartaruga. Foto: Vitor Cunha PNMMT

Parque Estadual do Desengano

O incêndio que começou em 12/09 já destruiu cerca de 200 hectares de vegetação no Parque Estadual do Desengano, segundo a Defesa Civil.

Parque Nacional da Serra dos Órgãos

Um incêndio iniciado em 10/09 atingiu a região do Morro do Cobiçado e Ventania dentro do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. A dificuldade de acesso tem dificultado o combate ao fogo, mobilizando o Corpo de Bombeiros, brigadistas do parque, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Parque Nacional da Tijuca, segundo a Agência Brasil. “Pedimos que evitem acessar a área do Morro do Cobiçado e Ventania. Essas regiões se tornam muito perigosas na presença do fogo e precisam ser isoladas para que o combate seja realizado de forma segura e eficaz”, informou o comunicado nas redes sociais do PARNASO.

Além dos parques mencionados, também foram atingidos:

  • Parque Estadual da Serra da Concórdia
  • Monumento Natural da Serra da Beleza
  • Monumento Natural da Serra da Maria Comprida
  • Parque Estadual da Pedra Branca
  • Parque Estadual do Cunhambebe
  • Parque Estadual da Serra da Tiririca
  • Área de Proteção Ambiental do Rio Guandu
  • Área de Proteção Ambiental Alto Iguaçu
  • Refúgio da Vida Silvestre do Médio Paraíba
  • Área de Proteção Ambiental de Massambaba
  • Área de Proteção Ambiental da Serra dos Mascates
  • Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio Macacu
  • Parque Estadual da Pedra Selada

OUTROS ESTADOS

Um incêndio há um mês está devastando o Parque Estadual Mata das Flores, em Castelo, no sul do Espírito Santo. As chamas já destruíram cerca de 140 hectares, e o Corpo de Bombeiros, a equipe do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e moradores da região ainda atuam no local.

O fogo está assolando áreas da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. De acordo com o ICMBio, a área queimada dentro do parque é estimada em 8 mil hectares.

No Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso algumas unidades permanecem total ou parcialmente fechadas. O ICMBio informou que foram registrados 36.290 hectares de áreas queimadas, sendo 3.807 deles em áreas protegidas.

O Parque Nacional de Brasília também enfrenta incêndios, com 700 hectares da área de proteção ambiental já destruídos pelo fogo.

Denúncias

Os orgãos ambientais pedem que os cidadãos que presenciarem alguém colocando fogo na vegetação ou soltando balão denúncie aos orgãos competentes. Para fazer as denúncias basta ligar para:

Linha Verde do Ibama, 0800-618080 ou pelo site;

Polícia Militar, 190;

Corpo de Bombeiros, 193;

Disque Denúncia 181;

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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