A cordilheira Real é bastante famosa e frequentada. É ali onde fica o Illimani, que vista de qualquer lugar da capital boliviana é montanha mais clicada de La Paz, o Huayna Potosi, que com boa estrutura é considerada a porta de entrada ao mundo da escalada em gelo e também a região do Condoriri, com suas belas montanhas acessíveis e mais baixa. No entanto há duas montanhas misteriosas que chama atenção, o Chearoco e o Chachacomani, que são os 6 mil bolivianos menos conhecidos e menos escalados da região.
Não se sabe o motivo, mas ninguém escala estas montanhas e mesmo os guias bolivianos não sabem muito delas e os que sabem evitam falar delas, dando a entender que o local é reservado. Na internet não há algum relato de ascensão destas montanhas, mesmo em inglês, há apenas algumas afirmações de uma ou outra pessoa que já escalou elas.
As parcas informações existentes são dos livros de escalada da Bolívia publicadas por Yossi Brain e Alain Mesili. Estes livros dão uma informação muito pouco detalhada, com croquis imprecisos onde mesmo com eles é difícil, ou impossível, achar as montanhas no Google Earth. As próprias não estão referenciadas no revolucionário software do Google, assim como os povoados que dão acesso à elas. Diga-se de passagem, nos guias sobre estas escaladas estes povoados são descritos como não receptivos com os estrangeiros, com relatos de gringos e bolivianos não locais sendo expulsos da região.
Os únicos brasileiros que estiveram em uma destas montanhas foram Waldemar Niclevicz e Bruno Versiani que foram ao Chachacomani com guias bolivianos. Eles fizeram a rota Oeste da montanha, considerada mais difícil e com acesso mais distante, passando pelos povoados “hostis”. O site do Waldemar é um dos poucos locais com uma descrição da montanha.
Em Agosto de 2014, os guias de montanha Maximo Kausch e Pedro Hauck escalaram as duas montanhas e se tornaram os primeiros brasileiros e argentinos a fazer todos os 6 mil bolivianos. Eles levaram um GPS e marcaram as rotas que dão acesso à montanha. Eles fizeram os dois cumes numa só investida, fazendo uma rara travessia entre as duas montanhas. De acordo com o Pedro Hauck, um dos motivos destas montanhas serem pouco escaladas pode ser que elas não se destacam na paisagem quando observadas de locais mais frequentados como o lago Titikaka e a Ruta Nacional n. 1 no altiplano.
“O Chearoco e o Chachacomani fazem parte de um grande maciço e seus pontos culminantes não são facilmente distinguidos. Para falar verdade é muito difícil identificá-los, mesmo depois de escalá-los. Montanhas mais baixas parecem ser maiores desde a base e só viemos a descobrir o ponto mais alto no momento em que chegamos ao cume. No Chachacomani, por exemplo, eu quase fui parar no Kelluani achando que ali era o cume mais alto, mas esta montanha é uns 500 metros mais baixo”.
Passado alguns meses, eles divulgaram estes tracklogs de GPS no site Rumos, um site do Portal AltaMontanha destinado a divulgar tracklogs de trilhas, montanhas e locais de escalada. Nele você pode baixar o tracklog em formato Kml e visualizar estas montanhas no Google Earth ou transferir em seus GPS’s, acabando com o mistério sobre onde fica e com se escala estas montanhas.
Rumos
Diferente de outros sites de tracklog, o Rumos apresenta um descritivo de seus roteiros, com fotos e links, além de croquis de locais de escalada (quando existem na internet), reunindo informações preciosas e muitas vezes inéditas num só local. Com estes roteiros o site chegou no roteiro de número 200.
Além do Chearoco e Chachacomani, o Rumos recebeu novos roteiros, como as trilhas e escaladas da cidade do Rio de Janeiro. Pela primeira vez foi reunido tracklogs destes locais na internet, com dicas de acesso a trilhas também.
Outros roteiros mais antigos foram enriquecidos com informações, como a Lapinha, Pedralva e Pico do Baiano em Minas Gerais, Pedra da Represa, Visual das águas, Pedra Bela em SP e Florianópolis, SC onde ficam reunidos croquis divulgados na internet em um arquivo para download que pode ser impresso e levado na rocha.
Faça uma visita ao site Rumos e conheça seus roteiros
Veja: