Cobrança de Direito de Acesso em El Chaltén: entenda como funciona e saiba quais serão os novos valores

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O Parque Nacional de Los Glaciares, em El Chaltén, abriga inúmeras belezas naturais e algumas das montanhas mais emblemáticas do mundo, como o Cerro Torre e o Fitz Roy. Essas belezas atraem centenas de montanhistas, aventureiros e visitantes todos os anos. No entanto, em outubro, a notícia da cobrança do Direito de Acesso a Áreas Protegidas para entrar em algumas trilhas da região surpreendeu os turistas e repercutiu nas redes sociais.

A cidade de El Chaltén está localizada dentro do PN Los Glaciares.

A cobrança entrou em vigor em 21 de outubro, pegando de surpresa turistas, escaladores e até mesmo moradores da região. Para visitar o Parque Nacional Los Glaciares pelas entradas do Portal de Los Cóndores, Portal da Base Fitz Roy e Portal do Rio Elétrico, é preciso apresentar o comprovante de pagamento do Direito de Acesso.

O Parque abriga inúmeras trilhas e circuitos para trekking. Foto: Rafael Wojcik

Esses Direitos de Acesso são vendidos antecipadamente pela internet. Atualmente o valor é de 30 mil pesos para estrangeiros (aproximadamente R$174,68 de acordo com a cotação de hoje) e 10 mil pesos para argentinos (R$ 58,22). Também é possível comprá-lo presencialmente na portaria do Rio Mitre ou em Puerto Punta Bandera, porém apenas com cartão de crédito ou débito.

Estão isentos da cobrança aposentados, pensionistas, crianças menores de seis anos, membros de visitas educativas, pessoas com deficiência e um acompanhante, residentes locais, visitantes protocolares, agentes da Administração de Parques Nacionais, guias credenciados e técnicos de turismo, bem como veteranos da Guerra das Malvinas. Para ter direito a entrada gratuita deve ser apresentar documentos que comprovem a condição de isento.

O técnico e montanhista Túlio Araújo, da Quintal de Casa, esteve no Parque Nacional de Los Glaciares dois dias após o início da cobrança e conta que as informações ainda são escassas e desencontradas na região. Ele e seu grupo conseguiram realizar a visita conforme planejado, mas precisaram comprar o Direito de Acesso antes de chegar à portaria do Fitz Roy. Segundo Araújo, é preciso adquirir os ingressos ainda na pousada, onde há disponibilidade de internet.

Laguna Sucia em frente ao Fitz Roy. Foto: Rafael Wojcik

De acordo com o governo argentino, essa arrecadação irá contribuir diretamente para o apoio e desenvolvimento de todas as Áreas Protegidas que compõem a Administração de Parques Nacionais. Araújo mencionou que a infraestrutura dentro do parque, como a sinalização das trilhas e banheiros nos acampamentos, já é boa; entretanto, sentiu falta de guardas-parques circulando pelas trilhas, o que poderia aumentar a segurança dos visitantes.

Novos Valores

A cobrança do Direito de Acesso parece que veio para ficar. A partir de 04/11, entra em vigor a resolução 228/2024, que determina que o valor passará a ser de 45 mil pesos para estrangeiros (R$ 262,01), 15 mil pesos para argentinos (R$ 87,34), 5 mil pesos para residentes da província (R$ 29,11) e 7 mil pesos para estudantes (R$ 40,76), independentemente do local de origem.

Para realizar algumas das trilhas ou circuitos é necessário mais de um dia dentro do parque. Foto: Rafael Wojcik

As categorias isentas seguirão sem a necessidade de pagamento pelo Direito de Acesso, e haverá um desconto de 50% para quem realizar a segunda visita em até 72 horas após a primeira. Além disso, para visitar a região por três dias, paga-se por apenas dois, e para uma visita de sete dias, o valor correspondente a ser pago será de três dias e meio, através do Flexipass.

A cobrança do Direito de Acesso vale também para os Parques Nahuel Huapi, Los Alerces, Los Arrayanes, Lanín, Talampaya, Serra de las Quijadas, El Palmar, Lago Puelo, Iguaçu e Terra do Fogo.

Tabela de noos valores.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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