Corpo de montanhista afegão é recuperado no K2

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O montanhista do Afeganistão, Ali Akbar Sakhi, de 34 anos faleceu enquanto escalava o K2 em 2022. Ele foi pego por uma tempestade enquanto se deslocava do acampamento 2 para o acampamento 3.

Sakhi durante o processo de aclimatação no K2.

Sakhi era apaixonado pelo seu país Natal e sempre disse que gostaria de ser enterrado nas montanhas próximos a Cabul. Ele investiu cerca de 40 mil dólares para realizar o sonho de ser o primeiro montanhista a levar a bandeira do Afeganistão até o cume do K2. No entanto, faleceu a cerca de 200 metros do terceiro acampamento e lá permaneceu desde então. Os montanhistas que passavam pelo local podiam ver o corpo de Sakhi.

O resgate do corpo

Então sua esposa realizou uma campanha para recuperar o corpo de Sakhi. “Escrevi uma carta de solicitação ao Chefe General do Exército do Paquistão contando minha história, pedindo ajuda para esclarecer os fatos e trazer os restos mortais do meu marido de volta ao Afeganistão”, disse Karima Sakhi ao ExplorersWeb.
Ela também recebeu a ajuda do montanhista Abid Sadpara, montanhista experiente e proprietário de uma empresa focada em resgates no Paquistão. Ele fez um planejamento junto com o Exército paquistanês e reuniu outros escaladores com experiência em montanhas acima de 8 mil metros.
Toda a equipe realizou treinamentos antes de ir para a montanha e fizeram plano para retirar o corpo de Sakhi da montanha. Segundo Sadpara a parte mais difícil foi rapelar na House’s Chimney.
Após retirar Shaki da montanha, ele foi enviado para Skardu e depois repatriado ao Afeganistão onde foi finalmente enterrado. No entanto, sua esposa que lutou para regatar o seu corpo, e seus filhos não puderam ir a cerimônia. Isso aconteceu pois eles haviam fugido do regime talibã para os EUA junto com Shaki, pouco antes dele tentar a escalada no K2. A bandeira do Afeganistão foi encontrada em um dos bolsos do montanhista enquanto o preparavam para o translado e foi entregue a sua esposa posteriormente.

 

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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