Caixas com cadernos de cume são comuns em diversas cadeias montanhosas mundo afora. Elas servem como registro histórico e também para ajudar em resgates, quando há desaparecimento de montanhistas, confirmar a realização de ascensões esportivas e outras coisas.
No Estado do Paraná as caixas de cume existem desde a década de 1930, quando Rudolfo Stamm e amigos começar a instalar estes equipamentos nas montanhas do conjunto do Marumbi. Apesar de serem feitos em madeira, muitos resistiram por décadas ao tempo e viraram tradição na Serra do Mar.
Mais tarde, na década de 1990, o Clube Paranaense de Montanhismo começou a instalação destas caixas de cume em outras montanhas, usando uma caixa retangular metálica, modelo este presente, por exemplo, no Pico Paraná, Itapiroca e Araçatuba.
Novo projeto
No ano de 2013, após uma excursão pelo Pico das Agulhas Negras, associados do clube tiveram a ideia de refazer as caixas existentes, substituindo-as por caixas parecidas com a existente no cume do pico fluminense, onde o caderno fica deitado. A vantagem, de acordo com Alexandre Pacheco, o coordenador do projeto, era que este tipo de caixa não dobrava o caderno. De acordo com ele, o caderno dobrado fica deformado e as pessoas são menos zelosas, daí um dos motivos para a depredação dos cadernos nas montanhas.
O modelo criado para substituir as caixas atuais, no entanto, não é como o modelo usado no Rio. Ele foi criado a partir de uma discussão na rede social Facebook, quando o experiente montanhista e piloto de parapente Rafael Wojcik desenhou e enviou como sugestão o novo projeto à diretoria do clube, que foi debatido e ganhou algumas alterações até chegar ao formato final, coincidentemente muito parecido com a caixa de cume de Rudolfo Stamm. Este modelo irá manter o caderno em pé, como o padrão antigo, mas será mais largo para que ele não dobre dentro da caixa. Na parte interna, haverá travas para que o livro não encoste no fundo da caixa e haverá furos para sair a umidade.
As novas caixas estão sendo fabricadas pelo associado do CPM Otavio Jungles, que é um talentoso serralheiro. A prioridade de substituição das caixas, de acordo com Pacheco é de colocar em montanhas que não contam com o equipamento, ou que tem caixas de cumes feitas de tubos de PVC, como no Ferraria, Taipabuçu, Luar e outros.
Além das novas caixas, o CPM ainda estuda a confecção de livros próprios para uso nesta caixa, com capa dura e quadrinhos do Tom e Ana, de Rodrigo Trevisan, para explicar a importância de preencher corretamente o caderno e preservá-lo.
O presidente do CPM, Luiz Suzuki, tem a expectativa de que este padrão preserve mais estes registros. Ele disse, na última reunião social do clube, que na dependência do sucesso do projeto, ele irá levar a ideia para a CBME para padronizar as caixas de cume no país.
1 comentário
Boa noite,seria possível conseguir uma caixa com livro,para ser instalada em um Mirante ,no hotel fazenda aqui em Moeda MG,uns mil e poucos metros.
Obrigado pela atenção