O Clube Paranaense de Montanhismo (CPM) realizou a instalação de degraus para proporcionar mais segurança aos frequentadores que acessam o cume do Pico Paraná no dia 07/09. Essa ação representa o desfecho de uma grande mobilização do CPM, do Instituto Água e Terra (IAT) e da chefia do Parque Estadual Pico Paraná (PEPP).
Em dezembro de 2023, um deslizamento de rocha atingiu parte da trilha de acesso ao cume do Pico Paraná, a montanha mais alta do sul do Brasil. A partir de então, surgiu a necessidade de realizar uma manutenção na trilha para garantir mais segurança aos frequentadores e montanhistas e também reduzir o impacto ambiental sobre a vegetação da encosta.
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“A partir daí, muito se questionou sobre o risco de novos deslizamentos naquela área. O Clube Paranaense de Montanhismo (CPM) rapidamente se mobilizou para avaliar os danos e, em março de 2024, realizou uma visita ao local do deslizamento”, contou Anderson Bulgacov, montanhista desde 1990 e integrante do CPM há mais de 30 anos.
Anderson, que também é guia de montanha, instrutor de escalada, resgatista e socorrista de montanha e caverna, além de Instrutor de Resgate e APH em Áreas Remotas, explicou que o CPM possui ampla experiência em ações desse tipo. O Clube conta com uma equipe capacitada desde os anos 90 e é responsável por essas ações de manejo pelo Programa Adote Uma Montanha. Essa responsabilidade foi atribuída pela Federação Paranaense de Montanhismo (FEPAM) ao CPM através de um Termo de Cooperação Técnica (TCT) assinado com o IAT.
Em abril de 2024, foi realizada uma vistoria no local por técnicos do IAT, da chefia do Parque, biólogos, engenheiro civil e geólogo. A conclusão da visita foi um parecer técnico sugerindo, com urgência, o estabelecimento de uma nova alternativa de traçado para a trilha de acesso ao cume. “Eles constataram que o trecho com maior risco de novos deslizamentos seria após o ocorrido, onde até então estava passando a trilha original de acesso ao cume”, completou.
Entre as várias opções avaliadas pelos técnicos e montanhistas, a colocação de degraus na própria face de rocha deixada pelo bloco rompido foi a escolhida. “Boa parte dos degraus instalados em nossas montanhas tem o objetivo de direcionar as pessoas para a rocha, a fim de minimizar o impacto na trilha. No entanto, muitas pessoas ainda preferem contornar e não utilizar os degraus, o que reduz a eficácia. Outra parte desses degraus visa possibilitar o acesso e/ou melhorar a segurança. Por isso, antes de instalar degraus, deve-se fazer uma avaliação criteriosa”, explicou Anderson.
A colocação dos degraus
Assim, no último feriado de 7 de setembro, três membros do CPM realizaram a empreitada voluntária para a instalação dos degraus. Anderson Bulgacov, Ezequiel Mocelin e Felipe dos Santos instalaram 10 degraus utilizando furadeiras a bateria e marretas.
O antigo acesso foi fechado com fitas e cordeletes, direcionando o público para a nova via ferrata que leva ao cume. A trilha antiga passará pelo processo de recuperação ambiental e, portanto, não deve mais ser utilizada.
Na mesma data, foram recolocados degraus em outro ponto da trilha onde o equipamento havia sido removido e adicionado um degrau antes do bloco caído. A equipe também trocou algumas cordas de apoio logo no início desta subida.