CPM realiza instalação de degraus em novo acesso ao cume do Pico Paraná

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O Clube Paranaense de Montanhismo (CPM) realizou a instalação de degraus para proporcionar mais segurança aos frequentadores que acessam o cume do Pico Paraná no dia 07/09. Essa ação representa o desfecho de uma grande mobilização do CPM, do Instituto Água e Terra (IAT) e da chefia do Parque Estadual Pico Paraná (PEPP).

Equipe trabalhando para colocação dos degraus. Foto: Felipe dos Santos

Em dezembro de 2023, um deslizamento de rocha atingiu parte da trilha de acesso ao cume do Pico Paraná, a montanha mais alta do sul do Brasil. A partir de então, surgiu a necessidade de realizar uma manutenção na trilha para garantir mais segurança aos frequentadores e montanhistas e também reduzir o impacto ambiental sobre a vegetação da encosta.

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“A partir daí, muito se questionou sobre o risco de novos deslizamentos naquela área. O Clube Paranaense de Montanhismo (CPM) rapidamente se mobilizou para avaliar os danos e, em março de 2024, realizou uma visita ao local do deslizamento”, contou Anderson Bulgacov, montanhista desde 1990 e integrante do CPM há mais de 30 anos.

Visitantes do Parque utilizando o novo acesso. Foto: Felipe dos Santos.

Anderson, que também é guia de montanha, instrutor de escalada, resgatista e socorrista de montanha e caverna, além de Instrutor de Resgate e APH em Áreas Remotas, explicou que o CPM possui ampla experiência em ações desse tipo. O Clube conta com uma equipe capacitada desde os anos 90 e é responsável por essas ações de manejo pelo Programa Adote Uma Montanha. Essa responsabilidade foi atribuída pela Federação Paranaense de Montanhismo (FEPAM) ao CPM através de um Termo de Cooperação Técnica (TCT) assinado com o IAT.

Em abril de 2024, foi realizada uma vistoria no local por técnicos do IAT, da chefia do Parque, biólogos, engenheiro civil e geólogo. A conclusão da visita foi um parecer técnico sugerindo, com urgência, o estabelecimento de uma nova alternativa de traçado para a trilha de acesso ao cume. “Eles constataram que o trecho com maior risco de novos deslizamentos seria após o ocorrido, onde até então estava passando a trilha original de acesso ao cume”, completou.

Entre as várias opções avaliadas pelos técnicos e montanhistas, a colocação de degraus na própria face de rocha deixada pelo bloco rompido foi a escolhida. “Boa parte dos degraus instalados em nossas montanhas tem o objetivo de direcionar as pessoas para a rocha, a fim de minimizar o impacto na trilha. No entanto, muitas pessoas ainda preferem contornar e não utilizar os degraus, o que reduz a eficácia. Outra parte desses degraus visa possibilitar o acesso e/ou melhorar a segurança. Por isso, antes de instalar degraus, deve-se fazer uma avaliação criteriosa”, explicou Anderson.

A colocação dos degraus

Assim, no último feriado de 7 de setembro, três membros do CPM realizaram a empreitada voluntária para a instalação dos degraus. Anderson Bulgacov, Ezequiel Mocelin e Felipe dos Santos instalaram 10 degraus utilizando furadeiras a bateria e marretas.

Anderson e Ezequiel seguindo os padrões recomendados para colocação dos degraus. Foto: Felipe dos Santos

Aproveitando a visita para chegar até o cume da montanha. Foto: Felipe dos Santos.

O antigo acesso foi fechado com fitas e cordeletes, direcionando o público para a nova via ferrata que leva ao cume. A trilha antiga passará pelo processo de recuperação ambiental e, portanto, não deve mais ser utilizada.

Na mesma data, foram recolocados degraus em outro ponto da trilha onde o equipamento havia sido removido e adicionado um degrau antes do bloco caído. A equipe também trocou algumas cordas de apoio logo no início desta subida.

Antiga trilha fechada. Foto: Felipe dos Santos

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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