A tragédia que ceifou a vida de dois alpinistas e obrigou a outros três a serem resgatados e hospitalizados em urgência no hospital Italiano, fez com que as várias pessoas que participaram do resgate se aproximassem e nesta aproximação surgisse uma grande idéia.
De forma espontânea, três dias após o acidente, diversas empresas, associações e um grande número de alpinistas e guias de montanha se reuniram e decidiram formar uma equipe de apoio para situações de emergência, como a que ocorreu no início deste ano no Aconcagua.
O objetivo é colocar a disposição da Patrulha de Resgate oficial do Parque Aconcagua e da Polícia que trabalha na região de alta montanha, recursos materias e especialistas que permitam agilizar as operações de resgate em situações extremas, como a que ocorreu.
A primeira reunião foi realizada na base do próprio Aconcagua, em Plaza de Mulas. Nesta oportunidade, todos os que conheciam os riscos que possuem o desafio de escalar os quase 7 mil metros da montanha, firmaram um compromisso de deu origem a Comissão de Socorro do Aconcagua, que por sinal, ja iniciou seus trabalhos no parque.
Na última terça feiras, os mais de 110 interessados em colaborar, entregaram uma lista com o que cada um pode ajudar. Entre os itens, figuram desde equipamentos individuais, de grupos e alimentos, até tubos de oxigênio e câmaras hiperbáricas.
Somado a isto, as empresas deixaram a disposição ante uma possível emergência, seus guias de montanha e depósitos de alimentos nas regiões mais altas e de difícil acesso.
Integram também a nova entidade, diversas associações, como a Associação Argentina de Guias de Montanha e a União Sul Americana de Associações de Guias de Montanha.
Segundo Eduardo Ibarra, que possui mais de 25 anos dedicados ao andinismo e ao trabalho como guia no Aconcagua, relatou que a “intenção é que a patrulha de Resgate Oficial disponha de nosso conhecimento e equipamento para os casos em que necessitem auxílio. Aqui não pode haver individualidades. É um grupo que se forma apenas com o intuito de ajudar.”
Respaldo legal
O apoio que o Corpo Especial de Montanha deseja formar deve passar primeiramente pelas autoridades do Parque Aconcagua, que deve emitir um protocolo que os autorize a atuar. Somente desta forma o novo agrupamento teria uma base legal para poder intervir nas operações de resgate.
“Faltam recursos humanos e equipamentos de altitude, como barracas e sacos de dormir que possibilitem um regate de modo mais ágil”, afirmou Ibarra, que complementa que “até os locais onde serão guardados os alimentos e equipamentos de emergência deverão passar pelo crivo das autoridades”.