Após muitos dias de espera e tentativas frustradas, o K2 finalmente permitiu que montanhistas alcançassem seu cume nesta temporada. Os únicos cumes “tardios” em agosto desde 2012. Para ser mais exata, foram 41 montanhistas, segundo o colunista Alan Arnette, que chegaram ao topo no dia 11/08, alguns deles após um esforço descomunal de mais de 20 horas de ascensão.
No entanto, chegar ao cume é apenas metade do caminho. Mais do que comemorar, os montanhistas precisaram lidar com preocupações e grandes riscos durante a descida. Semanas de calor extremo, seguidas por chuvas, removeram a camada de neve, deixando as encostas do K2 expostas, com muitas rochas soltas e sem cobertura de neve.
“Descida sem fim que foi a mais aterrorizante”, contou a montanhista turca/americana Gulnur Tumbat em seu Instagram. Ela relatou que, inicialmente, o grupo decidiu descer durante a noite para evitar o risco de quedas de rochas. Ainda assim, precisaram pernoitar acima do Acampamento 1 após receberem a notícia de que a montanhista chinês Jing Guan havia sido atingido por uma rocha e falecido pouco abaixo desse ponto. No dia seguinte, um dos resgatistas que ajudava a baixar o corpo também foi atingido e precisou ser resgatado, segundo Gulnur .
“Continuei rapel após rapel, olhando constantemente para cima para evitar a queda de rochas. Pasang gritando constantemente para olhar para cima. O capacete do meu companheiro de equipe rachou. Muitas pessoas foram atingidas. Levei algumas pancadas nas pernas (um grande pedaço de gelo me atingiu no ombro mais acima também). Rochas zunindo em todas as direções e muitos quase acidentes. Não me lembro de ter ficado com tanto medo pela minha vida e rezado tanto por ela. Grata por estar viva e bem”, relatou.
Jing Guan foi a segunda vítima da montanha esse ano. Em meados de julho, o carregador paquistanês Iftikhar Hussain perdeu a vida e outros três alpinistas ficaram feridos após um deslizamento de rochas também abaixo do Acampamento 1.

















