A grande novidade, desde domingo, tem sido o PÃO! Pela primeira vez desde que saímos de Portugal comemos pão, pão verdadeiro que o nosso cozinheiro resolveu preparar para o pequeno-almoço.
No domingo, fizemos a seleção da comida, medicamentos, material de pernoite e material técnico. Tudo foi preparado para uma saída na segunda de madrugada em direção ao Campo 1, que se encontra aos 6000 metros.
Por volta da cinco da madrugada de segunda, saímos do Acampamento Base decididos a montar o Campo 1, iniciando assim o longo processo de aclimatação.
Por enquanto, o glaciar extremamente quebrado que teríamos de cruzar tinha outros planos para nós. Não conhecendo o caminho através deste, aventuramo-nos entre fendas e grandes torres de gelo ao longo de um grande labirinto.
Nas primeiras quatro horas avançamos a bom ritmo, o que nos fez acreditar que chegaríamos ao destino dentro do horário previsto. No entanto, o labirinto gelado tornava-se cada vez mais complexo dirigindo-nos a um autêntico beco sem saída com blocos instáveis separados por enormes fendas, agravando-se cada vez mais com a subida de temperatura.
O excesso de tempo perdido fez-nos recuar até ao Campo Base após oito horas de atividade.
Aniversário do Campo Base
Ontem a Daniela fez aniversário, e de presente ganhou um bolo no jantar. (A cabrita frita já não apresenta o mesmo gosto que antes…)
Em conversa com um dos poucos alpinistas que já atravessaram o glaciar esta época, somos informados de um possível caminho a seguir, que nada tem a ver com o nosso de ontem. Assim, calmamente faremos uma nova tentativa ao campo 1, sem certezas de lá chegar pois o único que temos são algumas informações verbais.
Dentro de algum tempo este glaciar será mais fácil de atravessar, pois chegam ao Campo Base expedições cheias de vontade de assinalar o caminho com as típicas bandeirolas. Contando com as equipes que já estão aqui, serão muitos a praticar o montanhismo no Gasherbrum I nesta temporada no total.