Deixando a zona da morte

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Finalmente as 10 da manhã estamos prontos para deixar o campo 4.

Depois de tudo o que vivemos aqui, alegrias, desesperos, preocupações, estou como que vazio. Saio da barraca como um autômato, coloco meus crampons e começo a descida. Olho pela última vez para a triangular face, avisto o Balcony e o South Summit e vislumbro o cume. Não consigo estar feliz, estou muito cansado para isto. Sei que mais tarde a felicidade de ter alcançado um de meus maiores sonhos virá, mas agora não sinto nada, apenas uma grande vontade de sair deste lugar.

Quero chegar vivo ao campo base e para isso tenho que buscar dentro de mim forças para que cada passo seja preciso. Não posso me dar ao luxo de relaxar, não agora, ainda não. A primeira parte do caminho até o topo do Geneva Spur é plano, mas mesmo assim avanço com cautela, clipado na corda fixa. Um escorregão aqui seria fatal, mesmo com a corda fixa. Vem então a descida do Geneva Spur e quando vejo o grau de inclinação da descida não acredito que tenha subido isto. Respito fundo, agarro a corda fixa com firmeza e começo a descer.

Estou ainda a 8.000 metros e apesar do oxigênio a 3 litros por minuto tenho de parar a cada 20 metros para recuperar o fôlego. Estou totalmente concentrado. Não existe nada ao meu redor, apenas as rochas e os pequenos lugares onde coloco as pontas de meus crampons. Após meia hora estou em terreno mais amigável e posso relaxar um pouco. A descida da Yellow Band é menos complicada, mas agora um outro inimigo aparece, o calor. A variação de temperatura nesta montanha é uma coisa incrível. Quando sai da barraca estava um frio incrível, ao redor de vinte graus negativos. Agora o sol nos castiga com 30 positivos. Por sorte decidi sair sem o meu down suit, mas mesmo assim estou molhado de suor.

Desço mais um pouco e avisto as barracas do nosso campo 3 e concentro todas minhas energias em chegar lá para poder descansar, tomar um pouco de água e tirar um pouco de roupa. Estou quase chegando lá quando sinto que meu crampon direito está se soltando. Estou em plena parede do Lhotse, 45 graus de inclinação e tenho que fixar o crampon. Perdê-lo aqui me deixaria em uma situação muito perigosa. Coloco o pé esquerdo fixo no gelo e de maneira muito desajeitada consigo fixar o crampon, mas neste processo infelizmente uma de minhas luvas desce em camera lenta a extensão da enorme parede de gelo. Lembro-me do desespero de quando isso aconteceu com a mochila da Andrea no McKinley. Mais tarde venho a saber que o Marco perderia quase no mesmo lugar sua máquina fotográfica com suas fotos de cume, uma perda muito mais séria do que a minha. Exausto chego no campo 3 e me desabo dentro de minha barraca.

Me dou ao luxo de aumentar o fluxo de oxigênio para 4 litros, tiro todas minhas roupas e aos poucos vou me sentindo novamente humano. Em seguida vão chegando meus companheiros ainda mais cansados do que eu usando seus down suits. Descansamos por uma hora na esperança de que a temperatura melhore, mas quando retomamos a descida a temperatura continua a mesma. Deixo meu cilindro de oxigênio, agora quase vazio, no campo 3 e desço as íngrimes encostas de gelo que separam o campo 3 superior do campo 3 inferior. Sem oxigênio tudo fica muito mais difícil e de tempos em tempos tenho que parar para que as forcas retornem as minhas pernas. Novamente preciso usar todo o meu poder de concentração, pois um pequeno escorregão nestas encostas de gelo azul teria consequências muito sérias.

Agora falta pouco, apenas mais 300 metros de parede e estou na parte mais plana que leva ao campo 2. Nas encostas mais suaves desço usando apenas a fricção das luvas na corda, mas cansado como estou em algumas partes mais inclinadas resolvo rapelar o que leva mais tempo, mas é mais seguro. Finalmente as 3 da tarde desço a última parede e posso caminhar até o campo 2. Rob que saiu com um cilindro de oxigênio mais cheio do que o meu segue a minha frente impulsionado pelo ar mais rico. A 300 metros do acampamento minhas forças me abandonam completamente e peço a ele para usar por alguns minutos o oxigênio. Sento-me em uma rocha e de olhos fechados fico inalando profundamente até sentir minhas forcas voltarem. Após alguns minutos recomeçamos e minutos depois chegamos a barraca refeitório.

Antes do jantar consigo ter comunicação por rádio com a Andrea e ela me conta que vai subir ao campo 2 no próximo dia e decido então passar mais uma noite no campo 2 para poder encontrá-la. O restante do meu grupo seguirá para o campo base e a tentação de seguir com eles e com isso encerrar a minha expedição é enorme, mas tenho muita vontade de rever a Andrea e, mais do que isso, contar a ela o que aprendi nessas últimas 48 horas para que ela possa usar esse aprendizado para aumentar a segurança de sua escalada.

Reencontro com Andrea

Dormi 15 horas! Enquanto aos poucos tomo consciência de onde estou escuto alguém chamando o Victor. Olho no relógio e vejo que são 9 da manhã e estranho pois os planos do grupo eram de sair cedo. Subo até a barraca refeição e chego lá ofegante e extremamente cansado como se tivesse acabado de chegar do cume. Vejo minha saturação e está 71, bastante baixa. Peço para o Greg dar uma olhada nos meus pulmões, mas está tudo bem. Estou porém bastante desidratado e começo a beber.

Despeço-me deles e volto a minha barraca onde fico dormitando mais algumas horas. Ao meio dia ouço a voz da Andrea chamando-me e nas próximas 4 horas ficamos conversando, abraçados, matando a saudades. Aos poucos vamos contando um para o outro o que aconteceu nos últimos dias tão repletos de emoção. Mais que tudo quero contar para ela como é o caminho, onde estão as dificuldades e o que aprendi nessas últimas 48 horas. Quero que ela saiba exatamante onde tomar mais cuidado, onde ir devagar e onde aproveitar para ganhar terreno mais rapidamente. Quanto usar de oxigênio em cada parte da montanha. Mais que tudo quero passar a ela o quanto esta montanha é perigosa na descida. O quanto é facíl se machucar em uma das descidas verticais de rocha na Geneva Spur e no Hilary Step. E o que significa se machucar nestes lugares onde um resgate é quase impossível. Quero que ela tenha dentro dela o mesmo matra que eu tive: cuidado ao colocar cada passada, cuidado ao colocar cada passada.

Ela me escuta com atenção e sinto-me mais tranquilo. Atinjo o que queria com este dia extra aqui no campo 2. Meus companheiros já estão na segurança do campo base, mas sinto que valeu a pena ter ficado aqui. Com muita emoção nos despedimos e vejo ela se distanciar com o coração na mão. Se passarão cinco dias até que eu a veja novamente. E nesses cinco dias ela subirá ao topo do Everest.

Janto com os cinco membros da expedição do Henry Todd que estão esperando para que os sherpas que nos auxiliaram descansem no campo base para que eles também possam ter sua chance de cume, mas o clima entre eles é de frustração e desanimo. A cada dia que passa a monsão está mais próxima e se não partirem para o cume muito em breve possivelmente não terão outra chance. Logo após o jantar me despeço, lhes desejo a maior sorte do mundo e vou para minha desconfortável barraca gelada para uma noite sem sonhos.

Final da expedição

Apesar de ter dormido duas noites no campo 2 acordo sentindo-me exausto, como se não tivesse descansado nada. São seis da manhã e já está completamente claro, sinal de que o verão está chegando. A idéia é sair o mais cedo possível, pois os dias tem estado quentes e meus níveis de energia caem muitíssimo com o calor. Mas, onde está a energia para sair do sleeping bag e enfrentar o frio da manhã de 6300 metros?

Nevou a noite toda e já saio da barraca com minhas botas duplas e todo o equipamento. Tomo um café da manhã rápido e começo a longa descida rumo ao campo base mil metros abaixo. Nunca o Vale do Silêncio mereceu mais este nome. Tudo está amortecido pela neve fresca e é muito cedo para que quem saiu do campo base esteja por aqui. Estou completamente sozinho e o único ruido é o da neve quebrando sob minhas botas. Paro para apreciar uma vez mais a maravilhosa paisagem ao meu redor. Me deslumbro com o que acabo de completar.

Olho para trás e vejo os minúsculos pontos amaralos das barracas na parede do Lhotse e mais acima a Yellow Band e o Geneva Spur, obstáculos que acabo de superar. Mas, meus pensamentos estão todos em direção ao campo base e sigo rapidamente meu caminho. Apesar de rápido, procedo com cautela. Com a neve da noite anterior as cravasses estão quase cobertas e cair em uma delas agora, sozinho seria fatal. Cada vez que me deparo com uma dou um grande salto pois não sei onde elas começam ou terminam. Chego 50 minutos depois com segurança no campo 1 que é a imagem do abandono. Desde o começo da expedição que este campo não é usado, a maioria das pessoas preferindo ir diretamente do campo base ao campo 2. Pedaços de barracas precariamente presas por um ou dois pegs balançam furiosamente ao vento.

Coloco meus crampons e sigo cascata abaixo, minha última passagem, meu último obstáculo para a segurança do campo base. Lembro-me da história de uma das expedições do Bonington onde o base camp manager passou quase dois meses no campo base e no último dia da expedição pediu permissão ao Bonington para dar uma subida na cascata. Bonington que nesses 2 meses havia passado pela cascata inumeras vezes não viu problema algum, mas um enorme bloco de gelo se desprendeu e o manager morreu. Assim é a cascata, algo imprevisível. Não quero ter logo agora um acidente. O sol saiu e a manhã está lindíssima, o céu azul sem uma nuvem e nada de vento. De alguma maneira sei que Chomolungma não irá me matar. Escalei pelas razões corretas, ajudei sempre que pude e sempre que foi necessário. Procurei o mais que pude seguir o conselho do Lama Geshe Rimpoche de manter o coração puro. Sei que chegarei bem ao meu destino. Sinto que a cascata tem os seus humores e em algumas das vezes que passei por ela tive muito medo enquanto que em outras estava tranquilo.

Logo de cara percebo que o caminho mudou muito desde que subimos a última vez poucos dias atrás. Estou escalando em algo vivo, mutável e cada vez que atravesso este labirinto de blocos de gelo estou percorrendo algo novo. O número de escadas aumentou drasticamente e das 16 do começo da expedição agora são mais de 30. A cada uma que atravesso sinto que estou mais próximo da segurança. Amei esta expedição, mas agora quero estar de volta ao campo base. Estou exausto e apesar de já estar mais de 500 metros mais abaixo, com mais oxigênio, cada passo me custa mais. O calor está me matando, mas não é seguro parar agora para beber o pouco de água que tenho ou para tirar um pouco de roupa. Estou no meio da pop corn, a mais instável das áreas da cascata. Tenho que seguir o mais rápido possível, mas minhas pernas não mais me respondem. De repente, todo o cansaço dos últimos 5 dias como que desaba sobre mim. Ao fundo vejo a pequena cidade do campo base e almejo estar lá. Agora tem inúmeras escadas duplas sempre mais instáveis. Passar pelos degraus onde as escadas estão amarradas uma nas outras é difícil. Estou sozinho, não posso cair. Se cair ficarei pendurado um bom tempo até que chegue alguem para me ajudar. Já estou desescalando há 3 horas e minhas pernas pesam como se fossem de chumbo. Finalmente chego ao final das cordas fixas e do perigo. Sobrevivi ileso a escalada do Everest! Com exceção da diarreia do dia do cume me mantive saudável por dois meses na montanha. Não tenho congelamento de extremidades como soube que metade de nosso grupo teve. Estou tão cansado….mas tão feliz.

Chego ao campo e abraço aos meus companheiros. Agora sim podemos comemorar. Estamos todos de volta do maior desafio de nossas vidas, realizamos nosso sonho, estivemos no ponto mais alto do planeta, achamos dentro de nós a energia necessária para superar cada um dos desafios e o fizemos com habilidade, paciência, espirito de grupo e generosidade. Creio que saimos desta experiência melhores seres humanos e nos conhecendo melhor. Uma grande amizade se solidificou entre nós e já começamos a planejar nossa próxima grande aventura, a travessia em skis rumo ao polo sul no verão de 2011. Não sabemos nada sobre o assunto, mas a idéia já tomou conta de nossa imaginação. Temos o mais importante, a vontade de fazer e essa energia que nos une.

Fatiamos os salames italianos trazidos exatamente para esta ocasião, abrimos as cervejas e passamos o restante da noite contando a recontando o que vivemos nos últimos dias.

Em mais 36 horas nos separaremos, Victor, Marco, Rob e Greg vão para Gokyo e de lá Katmandu e eu esperarei aqui no campo base com o coração nas mãos até que a Andrea esteja de volta sã e salva. Serão dias difíceis para mim e sinto muito que não possa ter a companhia deles para que as horas passem mais depressa. Em mais um dia o campo base estará vazio. Quem já fez o cume estará a caminho de Katmandu e quem ainda não fez estará na montanha aproveitando o que será possivelmente o último período de bom tempo antes da chegada das monsões. Enquanto comemoramos escutamos terríveis trovões que sempre antecedem as nevascas que caem nesta região nos meses de verão. Vou dormir em minha confortável barraca torcendo para que os próximos três dias passem rápido e que tudo corra tão bem para a Andrea como foi para mim e meu grupo.

Recuperando as forças

Acordo tarde e em minha agenda não há nada para fazer. Mesmo que quisesse fazer algo não tenho forças. Com muito esforço consigo reunir energia para fazer a barba e tomar banho. Ao ver meu corpo após tantos dias me surpreendo com o quanto perdi de peso e mais do que tudo de massa muscular. Minhas pernas estão super finas e as costelas aparecendo. A sensação da água quente no  meu corpo é deliciosa, mas ainda sonho com um banho mesmo e não com esse balde e caneca que são nossos banhos aqui. Ao fazer a barba percebo que em algum momento tive um congelamento superficial da pele do queixo. Deve ter sido há alguns dias pois a pele já está descamando.

Passamos o dia na barraca refeitório conversando e a tarde tomo um pouco de coragem para arrumar minha barraca que está quase inabitável. Além de roupas sujas por todos os lados vejo que a parte esquerda da barraca está desabando com o derretimento do gelo sob o qual ela está armada. Mas, calculo, ela ainda se mantém em pé por mais 4 noites que é tudo o que preciso.

Despedida e aflição

Acordo com os gritos de alegria de alguma expedição. Olho no relógio e sao 5:55 e sei que os membros de alguma expedição chegaram ao cume do Everest. Agora estou do outro lado, estou no campo base enquanto alguem está lá em cima, a mais de três quilômetros no cume do mundo. Sorrio e dou mentalmente meus parabéns a quem quer que seja. Ainda está frio e apesar de não conseguir mais pegar no sono me deixo ficar no conforto do meu sleeping bag. As 7:30 o sol chega na barraca e saio para arrumar meus barris que serão levados nas costas de yaks para Lukla e de lá em avião a Katmandu. Chegarão antes que eu. Me lembro então de minha noite agitada. Ventou muito aqui no campo base e a barraca sacudiu violentamente por toda a noite. E eu acordei inúmeras vezes pensando em como estaria a Andrea no campo 3 dois quilômetros acima. As próximas 24 horas serão de muita aflição para mim. Desço para o café da manhã e meus companheiros estão agitados, se preparando para a descida para Katmandu. Nos despedimos com emoção e mais uma vez Greg, Rob e eu nos prometemos começar imediatamente a estudar tudo que seja relacionado a expedições ao Polo Sul. O fato de termos este plano deixa a despedida mais leve. Victor e Marco não estão interessados, mas sabemos que vamos nos reencontrar de alguma outra forma.

As 10 da manhã chamo por rádio o acampamento da Andrea e me informam que ela está acima da Yellow Band, que tudo está bem e que o vento, nosso pior inimigo, está suave. Situação ideal. Ela saiu com o down suit e se não tivesse nenhum vento estaria sofrendo com o calor. Ao meu redor tudo está sendo desmontado. Nossa barraca refeitório já está no chão. Muitas das barracas já não existem mais, apenas plataformas de rochas marcam sua existência. Dos 20 escaladores das 3 expedições apenas 7 estão na montanha, o restante se foi. Aqui no campo base hoje só eu. Almoço sozinho e volto a escrever. As duas da tarde capto uma ligação por rádio e fico sabendo que Andrea já está no campo 4 a 7950 metros. Dentro de 7 horas é a sua vez. Procuro mandar toda a energia que tenho dentro de mim a ela. Sei o que essas horas antes de sair para o cume significam. Solidão, apreensão, medo, ansiedade. Que tudo corra bem com você, meu amor!

Começo e ler a biografia de Ranulph Fiennes, o primeiro homem a chegar a ambos os polos. Suas experiências são tão brutais que comparado com o que ele passou Everest é brincadeira de criança. Isso é bom pois tira minha atenção da espera da escalada da Andrea. As 21 horas ouço pelo rádio que ela partiu rumo ao cume. O restante da noite passo acordado lendo e escutando o rádio que de tempos em tempos me trás algum novidade.

Sucesso!

As frias horas da madrugada passam lentamente e só de tempos em tempos escuto alguma novidade sobre o progresso da escalada da Andrea. Esta noite é a melhor desta semana e com isso mais de 100 escaladores estão tentando chegar ao cume. O grande número de pessoas faz com que todos demorem demais. As 7 horas saio no frio da manhã e para minha grande felicidade vejo o dia mais perfeito das últimas duas semanas. Céu azul sem um anuvem e sem vento algum. Caminho os 15 minutos até o acampamento da Andrea onde a Mara, uma americana que trabalha como base camp manager está monitorando o avanço de seu grupo. As 8 recebemos um chamado pelo rádio dizendo que o grupo da Andrea está já acima do Hilary Sep. Agora é questão de minutos. As 8:40 finalmente vem a confirmação de que todos estão no topo do Everest. Com os olhos cheios de lágrimas falo brevemente com ela e ela me diz que está bem, com os pés e mãos um pouco frios, mas, claro, muito feliz. Dou mil parabéns a ela e feliz volto ao meu solitário acampamento. Queria ter alguém para dividir esta emoção.  Após dois anos de treinos incessantes conseguimos nosso objetivo, ambos estivemos no ponto mais alto do planeta. Em mais algumas horas ela estará na relativa segurança do campo 4 e em dois dias estaremos partindo para Katmandu. De lá ela segue para 40 dias na Guatemala onde será alvo de intensa atenção da mídia. Andrea acaba de se tornar a primeira mulher centro americana a escalar o Everest. Eu seguirei para um aviagem de exploração com destino ainda não definido. As montanhas do Marrocos (Atlas), Irã, Kyrgistão??? Aina não sei, deixei para definir após o Everest. Mas, para onde quer que vá sei que será para alguma região montanhosa do planeta…

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Sobre o autor

Manoel Morgado é médico de formação, mas trabalha como guia de montanha há 20 anos, atuando em vários países ao redor do mundo. Há 15 anos é montanhista, tendo como ápice de sua carreira a conquista do Everest e também a realização do projeto 7 cumes. Ele nasceu no Rio Grande do Sul, se criou em São Paulo e dede 1989 não tem casa.

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