Conhecer vulcões é uma oportunidade incrível não só pra nós montanhistas, mas pra qualquer um que se fascina pela natureza e suas variadas formas de expressão, ou seja, todo mundo que não é um fanático religioso que faz uso de explicações divinas. Neste caso, não estaríamos ganhando altitude, mas sim perdendo. Como espeleologia.
De uma forma bem simples e direta, a Islândia é um hotspot geológico enorme. O país é uma das regiões vulcânicas mais ativas do mundo, com erupções que ocorrem a cada 3 ou 4 anos em média. Mas por que a Islândia é tão ativa? Principalmente devido a sua localização na Dorsal Meso-Atlântica, onde a Eurásia e Placas norte-americanos estão se separando e portanto, literalmente abrindo a crosta terrestre. No centro deste “movimento” fica o vulcão Thrihnukagigur.
O vulcão dormente Thrihnukagigur teve sua última erupção há mais de 4.000 anos atrás. Não há indicações de que ocorra uma erupção novamente em futuro próximo. O nome do vulcão, principalmente impronunciável para quem não é de lá, teria uma tradução literal sendo "Cratera dos três picos". Na verdade que a melhor versão ficaria “Pico das três crateras”.
O incrível vulcão e suas crateras (uma das quais é feita a descida) são marcos proeminentes na região, edificando-se para o céu à beira das highlands locais antes que desçam ao nível do mar, a cerca de 20 kms ao sudeste da capital dentro da área protegida do Parque Bláfjöll.
O mais nordeste dos três picos é um cone de cinzas pequeno, que é cerca de 35 metros maior do que os outros. No topo deste cone há uma abertura em forma de funil, com cerca de 4×4 m de largura, a entrada de um enorme cone em formato de garrafa de 120 metros de profundidade, medindo 50x70m na parte inferior. Passagens vulcânicas continuam a sudoeste, a uma profundidade total de cerca de 200 metros.
A beleza da cratera consiste principalmente nas diferentes cores encontradas no seu interior, além é claro do seu enorme tamanho que de certa forma é intimidador. No total, o espaço no fundo da cratera é equivalente a cerca de três quadras de basquetebol, e a distância do topo da cratera até o fundo é um pouco menor do que três estátuas da Liberdade de Nova York uma sobre a outra. De fato a estátua caberia inteira dentro da câmara magmática como a imagem ao lado ilustra!
A câmara magmática, onde o turista desce, é muitas vezes referida como o coração de um vulcão. É lá onde a rocha líquida (lava) espera para encontrar um caminho através das falhas da rocha até a superfície, causando uma erupção vulcânica. Na maioria dos casos, a cratera normalmente se fecha após a erupção de lava resfriada e solidificada.
Thrihnukagigur é uma rara exceção, sendo um caso em que o magma na câmara parece ter desaparecido. Acredita-se que o magma tenha solidificado nas paredes ou pura e simplesmente voltou para as profundezas da terra quando a pressão foi aliviada em sua última erupção.
Há um vídeo indicado pelo próprio site que vende o tour, produzido pela National Geographic, que explica bastante sobre as atividades vulcânicas na Islândia e sobre o vulcão Thrihnukagigur. Para assistir, acesse: http://video.nationalgeographic.com/video/
Sobre o tour:
O vulcão Thrihnukagigur é um fenômeno natural único. Instalando equipamentos adequados foi criado um passeio que abre as portas para um novo mundo. E isso realmente não é tão complicado para se conhecer (uma vez na Islândia é claro…). Tudo que você precisa é vontade de terminar uma caminhada fácil de 40 minutos até a cratera, e coragem de descer os 120 metros até o fundo da cratera em um elevador de cabo panorâmico (aberto).
Dados do tour:
Datas de operação: de 15 junho até 31 de julho de 2012.
Partidas diárias: 8:00 / 10:00 / 12:00 / 14:00.
Duração: 5-6 horas (até 1 hora dentro da câmara).
Nível de condicionamento físico necessário: Baixo. Nenhum conhecimento de caminhada ou escalada é necessário.
Distância percorrida: Cerca de 2,5 kms, andar por 40 minutos acompanhado por um guia local credenciado.
Idade mínima: 12 anos.
Preço: 37.000 ISK (coroas). Cerca de R$ 570,00 por pessoa.
Eu mesmo já visitei a caldeira de um vulcão, o Quilotoa no Equador. É um vulcão ainda ativo onde da borda da enorme cratera há diversas trilhas descendo até o fundo onde se formou um lago. Muita gente não sabe mas o Quilotoa ainda é ativo e possivelmente possui outra caldeira mais profunda. Em alguns pontos da circunferência do lago a água é quente e é possível presenciar a liberação de gases. A que se vê hoje explodiu como na maioria esmagadora dos casos no momento da explosão, diferentemente do Thrihnukagigur que é mesmo único.
Não sei o que vocês pensam, mas de repente o Quilotoa perdeu a graça pro Parofes, agora quero conhecer o Thrihnukagigur de qualquer maneira!
Fonte:http://www.insidethevolcano.com/
Parofes