A Ursa era conhecida para os escaladores portugueses como um local em que cada ascensão representava uma autêntica aventura, não só pelo estado da rocha que apresentava agarras bastante decompostas, mas também pela particularidade de, para cada escalada, terem de ser respeitados os horários correspondentes à maré baixa, tanto para entrar como para sair do penedo. Assim, as escaladas de auto-proteção de dia inteiro, ocorriam quando o penedo se transformava numa ilha, o que com o mar quase sempre revolto por baixo das sapatilhas oferecia aos escaladores vivências com um ambiente fora do vulgar, escaladas aéreas e psicologicamente austeras.
No seu topo, um amontoado de blocos, existia também uma particularidade. A presença de várias moedas de 50 centavos (do tempo dos escudos) entaladas numa fina fissura surpreendiam aqueles que se atreviam a chegar ao cume.
Para os que escalaram na Ursa, as aventuras no calcário intercalado por uma banda de marga cinzenta algo escorregadia serão seguramente inesquecíveis e deixarão saudades. As vias de escalada que se foram, eram as mais ocidentais (Oeste) da Europa.
Por agora, os blocos instáveis que ainda ameaçam soltar-se, impedem a tentativa de qualquer escalada na Ursa.
:: Veja imagens do desmoronamento
:: Veja croquis e relatos das vias afetadas no blog do casal português Daniela Teixeira e Paulo Roxo