Desmobilização de acampamento de caça marca a semana dos 145 anos de conquista do Pico Marumbi

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A conquista do Pico Marumbi, na Serra do Mar paranaense, está completando 145 anos. Em 21 de agosto de 1879, Joaquim Olímpio Carmeliano de Miranda, Bento Manoel de Leão, Antônio Silva e Antônio Messias alcançaram pela primeira vez o cume mais alto do conjunto Marumbi, entrando para a história do montanhismo no Brasil. Após quatro dias de expedição, o grupo finalmente venceu a muralha rochosa que separa a mata atlântica do cume da montanha.

Marumbi visto desde sua base. Foto: Maruza Silverio

Outro grupo, liderado por Joaquim Antônio Coelho, também tentou alcançar o cume por outra rota na mesma data, mas acabou perdendo a corrida. Como não havia outra motivação além da prática esportiva e do gosto pela aventura, essa expedição é considerada o marco inicial do montanhismo brasileiro.

Na época, não existiam trilhas, nem os modernos aparelhos de geolocalização. As cartas topográficas eram difíceis de conseguir, e mochilas ou barracas para montanhismo ainda eram raras. Ainda assim, o grupo estudou uma rota possível, reuniu as previsões alimentos necessários, pesadas lonas para se proteger do frio durante a noite, e partiu para desbravar a montanha.

Desde então, a montanha passou a ser visitada por inúmeros montanhistas e aventureiros que buscam suas belezas. Ao longo de quase um século e meio de conquistas, muitas histórias foram vividas, contadas e ouvidas pelos apaixonados pelo Marumbi. Mas infelizmente, nem todos que frequentam a região são motivados pelo amor às montanhas.

Em 19/08, o Instituto Água e Terra (IAT) e o Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde realizaram uma operação para desmobilizar um acampamento de caçadores que funcionava dentro do Parque Estadual Pico do Marumbi.

A Polícia Ambiental desmontou o acampamento montando no Parque Estadual do Marumbi. Foto: IAT

Segundo informações, o acampamento era utilizado para caça de animais silvestres e para a extração ilegal de palmito. As tendas foram destruídas pelos policiais e gestores do parque estadual. No momento da ação, não havia ninguém no local, e nenhum suspeito foi preso.

“Contamos com a colaboração das pessoas para que nos ajudem a combater crimes ambientais. Qualquer ação irregular deve ser informada ao IAT e à polícia ambiental para que possamos preservar a Mata Atlântica e a fauna silvestre do Paraná”, afirmou o chefe do Parque Estadual Pico do Marumbi, Gabriel Camargo Macedo.

As equipes atearam fogo para inutilizar completamente o material do acampamento. Foto: IAT.

A estrutura contava com cozinha e local para descanso. Foto: IAT

O Parque Estadual Pico do Marumbi tem 8,7 mil hectares de área e é classificado como Unidade de Conservação da Natureza de Proteção Integral, ou seja, um complexo ambiental com objetivo principal de conservar a rica biodiversidade local.

Como denunciar

O desmonte do acampamento de caçadores só foi possível graças a uma denúncia anônima. Atualmente, essas denúncias podem ser feitas diretamente ao Batalhão Ambiental pelo Disque-Denúncia 181; pelo serviço de Ouvidoria disponível no Fale Conosco, ou nos escritórios regionais do IAT.

É importante informar a localização e os acontecimentos de forma objetiva e precisa. Quanto mais detalhes forem fornecidos sobre a ocorrência, melhor será a apuração dos fatos, e mais rapidamente as equipes poderão realizar o atendimento. Quem for pego praticando desmatamento ilegal ou crimes ambientais, como a caça de animais silvestres, está sujeito a penalidades administrativas previstas na Lei Federal nº 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais) e no Decreto Federal nº 6.514/08 (Condutas Infracionais ao Meio Ambiente).

* Com informações da AEN

 

 

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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