Dois escaladores são atingidos por pedras e mobilizam cerca de 70 resgatistas em El Chalten

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Dois argentinos sofreram acidentes durante escaladas nas montanhas de El Chaltén, na Patagônia, em 04/01. Eles foram atingidos por pedras que se descolaram da montanha em virtude das altas temperaturas e do derretimento do gelo na região. As vítimas estavam em locais diferentes, e mobilizaram cerca de 70 pessoas para os resgates.

A região de El Chalten é famosa pelas condições extremas de clima. Foto: Rosario Nieto Chadwick / Wikimédia Commons.

O primeiro alerta foi dado por volta das 10h30, quando um guia de montanha foi atingido por uma pedra que caiu de uma grande altura na face oeste da Aguja Jean Mermoz. Pouco tempo depois, um segundo pedido de socorro foi registrado. Desta vez, uma mulher ficou ferida após uma pedra cair sobre seu capacete enquanto ela subia a Agulha de Saint Exupéry pela rota do Condorito.

Imagens das equipes carregando a vítima. Foto: @caxelchalten

Segundo especialistas, as altas temperaturas na região, que superaram zero grau, estão derretendo o gelo que mantém as rochas fixas sobre as paredes. Isso resulta em quedas repentinas de pedras. Esse fenômeno tem sido apontado como a principal causa dos dois acidentes.

Os resgates

A mulher, que estava escalando acompanhada de seu parceiro, perdeu a consciência por alguns segundos após ser atingida pela pedra, mas logo se recuperou. Imediatamente, equipes de resgate da Comissão de Socorro, do Centro Andino de El Chaltén, além de dois brigadistas do Parque Nacional Los Glaciares, foram mobilizadas para retirá-la do local.

Foto: @caxelchalten

Foto: @caxelchalten

Foto: @caxelchalten

A operação de resgate foi difícil devido à localização remota da vítima, que estava a cerca de seis horas de caminhada. Sem apoio aéreo do helicóptero do Exército ou da Gendarmaria, o transporte da mulher foi feito todo a pé com o auxilio de uma maca. Assim, por volta das 22h, ela finalmente foi levada ao Posto de Saúde de El Chaltén. No entanto, ela estava consciente e após o primeiro atendimento, foi transferida para o Hospital SAMIC de El Calafate para monitoramento devido à pancada na cabeça.

O segundo ferido, que sofreu lesões em uma das pernas e na clavícula, ficou aguardando o transporte até a madrugada do dia 05/01. Ele também foi levado para o hospital de Calafate e se recupera bem.

Ambos são moradores da região, porém a identidade das vítimas não foi revelada. A equipe da Comissão de Socorro de El Chaltén agradeceu os voluntários que ajudaram nos resgates. “Agradecemos a todos os resgatadores e a todas as pessoas que estiveram aqui para dar uma mão”, declararam em seu Instagram.

Foto: @caxelchalten

O uso de capacete pode salvar vidas

O uso do capacete na escalada é especialmente recomendado, principalmente na escalada tradicional ou em regiões expostas. Além disso, em muitos setores de escaladas, especialmente em áreas comerciais ou onde há guias profissionais, o uso do capacete é obrigatório.

Esse equipamento oferece proteção contra diversos riscos. Além de proteger a região da cabeça contra impactos na rocha durante quedas, ele também dará proteção contra pedras soltas, equipamentos e outros objetos que podem cair do alto.

Usar um capacete adequado ajuda a prevenir lesões graves, uma vez que a cabeça é uma das partes mais vulneráveis do corpo e um impacto forte pode causar danos cerebrais ou até ser fatal.

No entanto, fique atento a qualidade desse equipamento. Para oferecer a proteção adequada ele deve ser próprio para escalada e ter as certificações internacionais. As principais certificações são da UIAA (União Internacional das Associações de Alpinismo) e da CE (Conformidade Europeia). Elas seguem normas que definem os requisitos para capacetes usados em atividades de alpinismo, escalada e outras modalidades de esportes de montanha. Elas asseguram que o capacete tenha características como resistência ao impacto, ventilação e ajuste adequado.

 

 

 

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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