Em debate a instalação de escada no escalão Hillary no Everest!

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O Everest pode ter uma escada instalada no Hillary step pra facilitar e aliviar o congestionamento de gente que rola por lá. Obviamente, a idéia é apoiada pelos sherpas que esperam expandir a indústria da escalada, mas repudiada por montanhistas que querem preservar o desafio, e você o que acha?

Este é o obstáculo final, os 40 pés (12 metros) de escalada técnica em rocha quase vertical que levou Sir Edmund Hillary ao limite. Uma vez ultrapassado o obstáculo, o caminho para o cume do Monte Everest estava aberto.

Agora, exatamente 60 anos após o neozelandês e seu companheiro de cordada, o Sherpa Tenzing Norgay, pisarem no ponto mais alto do planeta, um novo plano está em debate para instalar uma escada no famoso lance chamado Hillary Step, o ponto crucial da escalada, que é conhecido desde sua primeira ascensão. O objetivo é diminuir o congestionamento.
 
"Nós agora estamos discutindo colocar uma escada no escalão Hillary, mas é obviamente polêmico", disse o Sherpa Dawa Steven, que comanda expedições comerciais no Everest e é um membro sênior da Associação de Operadores de expedição no Nepal.
 
Este ano, 520 alpinistas chegaram ao cume do Everest. Em 19 de maio, cerca de 150 escalaram os últimos 850 metros do Campo IV em poucas horas um do outro, causando atrasos com a tradicional fila para descer ou subir as seções mais difíceis, em especial, o escalão.
 
"A maioria dos engarrafamentos está no escalão Hillary, porque só uma pessoa pode ir para cima ou para baixo. Se você tem pessoas esperando dois, três ou até quatro horas, isso significa muita exposição de risco. Tornar a escalada mais fácil seria errado. Mas essa é uma questão de segurança", disse o Sherpa, que coordena o trabalho de preparar a tradicional rota até o topo da montanha para os clientes que pagam entre US$ 45.000 e US$ 75.000.
 
O plano recebeu algum apoio por parte das autoridades de montanhismo do mundo. Frits Vrijlandt, o presidente da UIAA, disse que a escada poderia ser uma solução para o aumento do número de alpinistas na montanha: "É para a descida, por isso não vai mudar a escalada", Vrijlandt disse ao Guardian.
 
É improvável, no entanto, que os escaladores a caminho do cume, cansados,  perto de seu objetivo final, vão rejeitar uma ajuda tão óbvia a tal altitude.
 
Após a escalada, Hillary descreveu sua preocupação ao ver o penhasco íngreme assim no alto da montanha durante a primeira ascenção. Ele conseguiu escalá-lo. Tenzing Norgay seguiu e os dois continuaram até o cume. A notícia da escalada bem sucedida pela expedição britânica chegou a Londres a tempo para a coroação da rainha Elizabeth três dias depois.
 
Há também planos para introduzir controles de trânsito mais rigorosos sobre as cordas fixas, que funcionam quase desde o acampamento base até o cume e são fixadas por sherpas. Uma corda para os escaladores no caminho de subida e um para aqueles descendo, esta é a idéia.
 
Mas, apesar de tais inovações serem um anátema para muitos escaladores puristas, são bem-vindas por parte dos sherpas.
 
Recebendo cerca de US$ 7.000 para guiar o cliente para a cume, os sherpas, quase todos de aldeias locais, são a maioria nas mortes na montanha. Dentre as mortes no Everest este ano, havia dois sherpas veteranos. Uma briga envolvendo alpinistas ocidentais e sherpas a 7000 metros de altitude virou manchete.
 
Apa Sherpa, que escalou o Everest um recorde de 21 vezes antes de se aposentar em 2011, descreveu o escalão Hillary como "muito difícil" e disse que a escada era uma boa idéia.
 
Pertemba Sherpa, que desempenhou um papel-chave na expedição britânica liderada por Sir Chris Bonington, que subiu pela face sudoeste do Everest pela primeira vez em 1975, disse que a segurança dos sherpas que trabalham na montanha deve ser primordial: "O percurso está mudando, há mais rochas, menos gelo e neve. Isso é muito perigoso. Para a segurança de sherpas, isso é bom", disse o sherpa que hoje tem 65 anos de idade.
 
Muitos sherpas nepaleses e outros querem desenvolver a indústria da escalada com o mínimo de risco para todos os envolvidos, enquanto muitos montanhistas querem preservar Everest como um desafio de escalada que exige um significativo nível de experiência, competência técnica e aceitação do risco.
 
"A montanha tornou-se uma mercadoria, para ser comprada e vendida como qualquer outro", disse Stephen Venables, o primeiro britânico a escalar o Everest sem oxigênio, em entrevista para o Guardian.
 
Uma outra sugestão é que as autoridades nepalesas devem garantir que os sherpas tenham um nível básico mínimo estabelecido de experiência.
 
"Nós devemos ser receptivos, mas o Monte Everest não é um lugar para a formação de pessoas que só conhecem gelo em cubos dentro de um copo, e não sabem como usar uma piqueta de gelo e crampons", disse Vrijlandt, o presidente da UIAA.
 
Este asunto vai dar o que falar, e você, o que pensa?
 
 

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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