A crise mundial afetou a vida da engenheira Emilia Takahashi e assim como outros milhões ela foi demitida do emprego. Acontece que Emilia é muito mais do que somente uma engenheira, ela é uma montanhista e amante de caminhadas, então ao invés de ficar sofrendo com a crise, ela resolveu superar o problema com outro desafio.
Não foi a primeira vez que Emilia escalou uma montanha de altitude. Ela já fez cume no Aconcagua (6962), no Huayna Potosi (6088) e em inúmeras outras montanhas andinas. Com uma boa experiência já adquirida, ela foi atrás de seus sonhos e foi parar no Nepal. Nas Palavras de Emilia:
Ha duas semanas era uma assalariada normal, submetida as condicoes do sistema. Na sexta-feira do dia 18 de setembro (bem que poderia ter sido no dia 11 ,c) ) tudo mudou. Recebi o comunicado que estava sendo desligada da empresa assim como outros colegas. A crise me pegou.
Apos 2 dias de assimilacao do ocorrido, meus neuronios comecaram a enlouquecer. Dai pra frente foram horas de pesquisa pela internet fazendo, modestia a parte, o que sei de melhor: planejar uma viagem. Resumindo, falo diretamente de Kathmandu – Nepal, razao da falta de acentos do texto.
A idéia de Emilia era fazer uma montanha de oito mil metros, mas sem recursos, ela teve que se contentar com outras mais baixas. Escalou o Kala Patar, o Gokio e o Island Peak. Mas isso não foi suficiente para ela, faltava algo mais desafiador e este algo tem nome: Ama Dablam.
O Ama Dablam, que é a montanha com rota normal mais difícil da região do Khumbu, onde fica também o Everest, ficou de certa maneira conhecido na comunidade de escalada do Brasil quando Maximo Kausch, que é colunista do AltaMontanha, foi lá em 2004 e escalou a montanha sozinho. Sua história virou matéria na antiga revista Headwall, foi a única capa da revista que a foto era de alta montanha. Depois de Maximo, quem fez cume foi Roman Romancini do Rio de Janeiro, que estava junto de Ana Elisa Boscarioli, a primeira brasileira a escalar um oito mil e a escalar o Everest. Ana,que teve um problema nas costas, não pode fazer cume.
Aclimatada, Emilia não teve problemas em fazer cume na montanha, que não é nada fácil. Deixaremos para ela descrever um pouco como foi a escalada:
Deu tudo certo na escalada do Ama Dablam. Estava super aclimatada, Eric também estava bem. O líder da expedição Chris teve que descer assim como seu assistente. Ficamos em 4 pessoas, eu, Eric, Pemba e Mama Sherpa. A escalada e linda e um misto de alta montanha, rocha e gelo. Depois de alguns dias entre o Acampamento base, Acampamento 1 e Acampamento 2, partimos as 2:00h am do acampamento para o cume. Oito horas depois estávamos todos deslumbrando a vista do cume, sem vento, sem nuvens, dia de cume perfeito.
Perdi um pouco de sensibilidade das pontas dos dedos das duas mãos, de três deles, espero que em algumas semanas volte… Mas claro que valeu a pena!
Apesar do contratempo com a ponta dos dedos, Emilia está bem e continuará sua jornada pelo Himalaia. Então certamente teremos mais notícias surpreendentes dela por lá.
Enquanto isso não deixe de acompanhar suas aventuras através do blog: As aventuras de Emilia.
Veja mais:
Ama Dablam em solitário a saga de um andinista no Himalaia de Maximo Kausch