Erwin Gröger, o Professor, falece aos 96 anos em Curitiba

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Faleceu nesta madrugada o montanhista Erwin Gröger, pioneiro no montanhismo paranaense e das escaladas em rocha no Marumbi. Enterro será hoje, as 17 horas, no Cemitério do Abranches, em Curitiba.

O montanhismo paranaense está de luto nesta sexta-feira, 24 de outubro de 2008. Seu “professor”, Erwin Gröger faleceu.

Foi marumbinista pioneiro, engenheiro agônomo, orquidófilo, reflorestador, pintor, violonista, cantor lírico, ferreiro, halterofilista, poeta e acima de tudo, amigo!

Erwin nasceu na Áustria, um pequeno país alpino europeu. Foi em sua terra natal que ele aprendeu a escalar e a apreciar as montanhas. Durante muito tempo ele foi um apaixonado pelas “Dolomitas” uma região alpina na divisa da Áustria com a Itália. Sua separação com as montanhas alpinas ocorreu em 1938, quando a Alemanha nazista anexou seu país e então o jovem Erwin, já com 26 anos, casado e pai de uma filha veio ao Brasil.

Erwin chegou no Brasil via Rio de Janeiro. Desempenhando sua profissão de Agrônomo, percorreu muitos lugares pelo sudeste e sul do país, até fixar residência em Curitiba, onde reencontrou-se com as montanhas.

Em uma viagem de trem à Paranaguá, Erwin encantou-se com o Marumbi, retornando à montanha semanas mais tarde para escalar a fenda principal do Abrolhos, uma escala “Casca Grossa”. Erwin também escalou o Pico Paraná em uma época que seu acesso era somente “via expedição”.

Suas escaladas não eram simples caminhadas, pois muitas de suas ascensões eram realizadas pela rocha, seja utilizando técnicas artificiais, como estribos, ou até mesmo escalando em livre trechos de escalada técnica de dificuldade, muitas vezes, superiores a 6 grau. Isso tudo sem sapatilhas!

Até a vinda de Erwin para Curitiba, a escalada paranaense ainda era muito rudimentar, não haviam informações sobre técnicas, nós e equipamentos. Muitas ascensões realizadas antes dele, eram feitas na raça e sem muito conhecimento. O apelido de Erwin advém exatamente por suas contribuições em ensinar as técnicas de escalada que ele havia aprendido na Europa, ajudando enormemente no desenvolvimento do montanhismo moderno no Paraná.

As últimas homenagens poderão ser prestadas em seu velório, que está sendo realizado no cemitério do Abranches em Curitiba, à Rua Vitório João Brunor 688.

Segundo o Livro “As Montanhas do Marumbi”, de Nelson Penteado, o Professor sempre avisou que “se um dia o encontrassem morto na montanha, que não ousassem levar seu corpo para baixo. Seu desejo era ser enterrado na montanha”.

Este é um dia muito triste para o montanhismo paranaense e brasileiro.

:: Para saber mais sobre o “Professor”

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Sobre o autor

Texto publicado pela própria redação do Portal.

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