O escalador e montanhista Eliseu Frechou está liderando uma campanha para a conscientização sobre práticas mais seguras na escalada. Com mais de 42 anos de experiência no esporte, Frechou é frequentemente acionado para auxiliar em resgates de outros escaladores em São Bento do Sapucaí (SP), onde reside. A partir dessas vivências, surgiu a ideia de unir as diferentes vertentes da escalada, tanto esportiva como tradicional, em torno de uma pauta comum: a segurança na escalada.
O tema central da campanha aborda um procedimento simples, mas capaz de evitar acidentes graves. A proposta é que cada escalador compartilhe sua própria dica utilizando a hashtag #escaladasegura. Assim, esportistas de todo o Brasil se uniram para alertar sobre a importância de dar um nó em cada uma das pontas da corda antes de iniciar o rapel, por exemplo. Esse nó, que pode ser um “nó de frade” ou um “nó oito”, impede que a corda passe pelos freios durante a descida e funciona como uma medida de segurança adicional.
Segundo Frechou, ele foi o “agitador social” da campanha, mas ressalta que a mobilização só ganhou força graças ao envolvimento coletivo. Muitas pessoas no Brasil todo se mobilizaram para que ela funcionasse, desde quem gravou os vídeos até quem foi atrás de contatos com escaladores para que participassem da campanha. Até o momento, foram mais de mil publicações nas redes sociais reforçando a importância do tema.
Frechou também enfatiza que uma das melhores formas de começar a escalar é realizando um curso com um profissional qualificado. “Não é um dinheiro gasto inutilmente. No curso você tem uma instrução que foi planejada por um profissional que irá ensinar para você todos os conceitos para que possa iniciar no esporte da maneira segura”, explicou.
Além disso, ele destacou a importância de buscar informações confiáveis. “Atualmente há perfis nas redes sociais mostrando as técnicas mais estranhas, bizarras e esdruxulas de fazer rapel. As pessoas querem inovar e fazem uma coisa doida simplesmente para mostrar que está inovando. Mas às vezes essa não é a melhor técnica”, detalhou.
Acidentes recentes em rapel reacendem o alerta
Nos últimos meses, acidentes fatais envolvendo procedimentos de rapel voltaram a chamar a atenção da comunidade de montanhismo.
No início de outubro, o jovem escalador Balin Miller, de 23 anos, morreu após cair mais de 700 metros no El Capitan, em Yosemite (EUA), causando comoção mundial. Considerado um prodígio do esporte, Miller caiu enquanto rapelava para resgatar uma mochila presa na parede. O acidente foi transmitido ao vivo por uma live. Durante o procedimento, ele não percebeu que a corda era insuficiente e acabou passando o freio pelo final, o que resultou em uma queda livre.
No Brasil, a escaladora Daiane Marques perdeu a vida durante uma descida de rapel na Pedra do Elefante, em Andradas (MG). Experiente, ela foi a primeira do grupo a iniciar o rapel. As circunstâncias do acidente não foram divulgadas, mas uma das hipóteses levantadas na época foi de que ela não tenha percebido o final da corda antes da descida.


















1 comentário
Elizeu, depois de velho( quero dizer maduro, velho vc nunca será), agora ficou com bom coração, para York a iniciativa!