Estudo revela desaparecimento acelerado de neve nos cumes no oeste dos Estados Unidos

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Um estudo revelou que os cumes cobertos de gelo, ou seja, montanhas onde o ponto mais alto permanece coberto por neve e gelo mesmo no final do verão, estão desaparecendo rapidamente no oeste dos Estados Unidos.

Monte Rainier perdeu mais de 6 metros nas últimas décadas. Foto: Dllu / Wikimédia Commons

O estudo foi conduzido por Eric Gilbertson, John T. Abatzoglou, Kathryn E. Stanchak e Scott Hotaling publicada na revista Arctic, Antarctic and Alpine Research. Nos últimos cem anos, existiam cinco cumes desse tipo nos Estados Unidos continentais, todos localizados no estado de Washington. Os pesquisadores mediram as altitudes atuais dessas montanhas e compararam os resultados com levantamentos e registros fotográficos históricos para avaliar se as calotas de gelo permaneciam intactas.

As conclusões confirmam a hipótese de que as mudanças climáticas já estão alterando até as montanhas de maior altitude do país: todos os cinco cumes diminuíram desde aproximadamente 1980, e quatro deles perderam pelo menos 6 metros de altitude devido ao derretimento de neve e gelo.

Imagem comparativa da pesquisa.

Em 2024 apenas dois dos cinco cumes mantêm gelo perene em seu ponto mais alto, indicando uma tendência de desaparecimento dessas formações.

As temperaturas do ar no topo das montanhas registraram um aquecimento significativo de 2,75 °C no final do verão desde 1950, acompanhado de um aumento expressivo no número de dias com condições favoráveis ao derretimento. A maior parte dessa elevação de temperatura ocorreu após o final da década de 1990, demonstrando que o fenômeno se intensificou nas últimas décadas.

Com base nas mudanças sincrônicas observadas e nos padrões climáticos da região, os autores apontam as alterações induzidas pelo clima como a explicação mais provável para o encolhimento e a perda das calotas de gelo nos picos do oeste dos Estados Unidos.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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