Façanha entre montanhas de oito mil metros repetida.

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O Polonês Piotr Morawski e o eslovaco Peter Hamor passaram 20 dias em altitude e em estilo alpino repetiram a façanha de Reinhold Messner e Hans Kammerlander que lograram em 1984 fazer uma travessia entre dois picos com mais de oito mil metros de altitude, o GI e o GII.


Em 1984, os dois maiores himalaístas de suas épocas, Reinhold Messner e Hans Kammerlander, lograram completar a primeira travessia de duas montanhas com mais de oito mil metros, o Gasherbrum I (8.068) e o Gasherbrum II (8.035), chamados simplesmente como GI e GII.

Desde então ninguém logrou imitar a façanha, o que requer passar um grande tempo acima da chamada “zona da morte”, ou seja, acima da altitude de sete mil metros.

Foram preciso 24 anos para que uma dupla de montanhistas conseguissem superar os feitos de Messner e Kammerlander. O polonês Piotr Morawski e o tcheco Peter Hamor queriam ainda mais, pois a intenção era também escalar o GIII, uma escalada que até mesmo sozinha já é muito complicada, tendo sido escalada pouquíssimas vezes.

A dupla de escaladores não tentou fazer o terceiro cume, o mal tempo no Karakouran obrigou que eles desistissem, mas voltaram para casa com o feito de terem repetido a travessia histórica, pois fora o GI e GII, não houve nenhuma travessia entre outros cumes de oito mil metros principais. Houveram sim travessia de cumes secundários, como a dos suiços Norbert Joos e Erhard Loretan pelos cumes do Annapurna neste ano e dos poloneses Jerzy Kukuczka e Wojciech Kurtyka nos três cumes do Broad Peak, também há mais de vinte anos atrás.

Muitas ambições

Coroados depois de vinte dias de travessias entre os Gasherbruns, Hamor e Morawski têm planos ainda mais ambiciosos para os próximos anos. Junto com outro “Pedro”, o Pustelnik, eles pretender retornar ao Annapurna, uma das montanhas com mais de oito mil metros mais perigosas, depois eles querem realizar a travessia dos Broad Peaks, abrir uma nova rota pela face leste do Everest, escalar o Manaslu pelo Norte e tentar a aresta noroeste do Rakaposhi.

O montanhismo extremo no Himalaia foi marca registrada nos finais dos anos 70 e princípio dos 80, quando todos os oito mil já haviam sido escalados e os montanhistas do mundo inteiro pretendiam realizar feitos inéditos cada vez mais difíceis. A luta entre Kukuczka e Messner para ver quem conseguia escalar primeiro todos os oito mil sem oxigênio é um exemplo disso. Kukuczka morreu na descida de sua última montanha, o Lhotse em 1989. Desde então o montanhismo extremo perdeu espaço para as expedições comerciais nas montanhas mais famosas, com objetivos completamente diferentes.

Será que os montanhistas eslavos vão reviver esta fase de grandes escaladas? Ou melhor, será que irão sobreviver… Estas certamente são verdadeiras roletas russas, ou melhor, polonesas, tchecas, eslovênas, eslovacas…

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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