Deputados da Frente Parlamentar em Defesa do Vale do Paraíba, reunidos com prefeitos dos municípios de Campos do Jordão, Santo Antonio do Pinhal, São Bento do Sapucaí, Piquete, Guaratinguetá e Queluz, além de representantes de Pindamonhangaba e outros municípios decidiram solicitar ao Governo Federal, que paralise o processo de implantação do Parque Nacional Altos da Mantiqueira.
O encontro aconteceu na manhã de segunda-feira, 8, em Campos do Jordão, e representou a indignação dos prefeitos com a forma como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) vem tentando impor o projeto.
Os prefeitos alegam que não foram ouvidos e, embora sejam favoráveis a qualquer iniciativa para a preservação ambiental, entendem que há outras formas de preservação, menos restritivas.O impacto socioeconômico de uma medida dessas é muito grande, disse o deputado estadual Padre Afonso Lobato, presidente da Frente, que coordenou o encontro.
Os dados são inconsistentes e há um amadorismo incrível na condução desse processo, afirmou o prefeito de Guaratinguetá, Junior Felippo. O parque, que deve ocupar uma área de 87 mil hectares, sendo 65% no Estado de São Paulo, vai abranger 20% do município.
No caso Piquete serão 40% do território a serem abrangidos pela área demarcada do parque. Há produtores rurais que estão em dúvida se investem ou não em suas propriedades, disse o prefeito Otacílio Rodrigues.
Para o prefeito de Queluz, José Celso Bueno, o problema maior é a falta de seriedade demonstrada até agora pela equipe que coordenada a implantação. Ele afirma que, em reunião realizada em Brasília, os técnicos do ICMBio demonstraram estar inflexíveis aos questionamentos.
Uma coisa que me preocupa muito é o cinismo dos técnicos que falam como se todas as etapas necessárias, inclusive a participação dos municípios, tivessem sido cumpridas, disse. Os prefeitos e a Frente Parlamentar também irão cobrar um posicionamento do governo do Estado.
CARTA
Para formalizar a decisão de freiar as pretensões do Governo Federal, os participantes do encontro elaboraram uma carta, que deverá acompanhar outro documento mais completo, preparado um grupo de trabalho formado por técnicos de várias prefeituras, coordenados por Urbano Patto, de Pindamonhangaba, e Washington Luiz Agueda, de Guaratinguetá.
Esse encontro deve ser um marco da união de forças contra a proposta. Vamos garantir todo o apoio político aos prefeitos e á comunidade desses municípios, que agora precisam estar muito bem articulados., disse Padre Afonso.
Na carta, os signatários exigem que o processo seja conduzido de forma a permitir a participação de todos os atores interessados, sendo necessário para tal o estabelecimento de novo cronograma, a ser construído conforme foi acertado na reunião em Brasília com prefeitos, ICMBio e parlamentares.
Queremos que a questão do parque seja rediscutida. Do jeito que a proposta está hoje, nós somos contra, afirmou Agueda, que é secretário do Meio Ambiente de Guaratinguetá.
Fonte: Diário de Taubaté