Governo Nepalês emite 454 permissões para escalada do Everest em 2023

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O governo nepalês divulgou hoje, 24/04, que foram emitidas 454 permissões de escalada no Everest para essa temporada. Esse número considera apenas os montanhistas estrangeiros, uma vez que os trabalhadores de montanha e guias nepaleses não precisam desse documento para subir a montanha. Assim, o número de montanhistas tentando chegar ao topo da montanha ultrapassará facilmente a cota de mil pessoas, uma vez que normalmente cada extrangeiro conta com o apoio de um ou dois Sherpas.

As permissões de escalada são obrigatórias para todos os montanhistas estrangeiros.

De acordo com o Departamento de Turismo do Nepal essas licenças pertencem a montanhistas de 61 nacionalidades diferentes que participarão de 41 expedições até o topo do mundo. Essas permissões geraram uma renda de cinco milhões de dólares ao Nepal. Também é preciso lembrar que o montanhismo movimenta o mercado da região.

Guias, carregadores, donos de lodges e restaurantes bem como os trabalhadores da montanha são beneficiados pela visitação desses montanhistas. Os Doutores da Cascata de Gelo, por exemplo, trabalham uma vez por ano nessa montanha e já realizaram a instalação de cordas fixas e escadas até o acampamento 4 a 7900 metros de altitude.

Já no lado tibetano da montanha não há estimativa de quantas pessoas escalarão a montanha esse ano. O governo chinês continua proibindo a entrada de estrangeiros para escalar o Everest.

História de superação

Desde que o Everest foi conquistado a 70 anos atrás, essa montanha sempre registra grandes histórias de superação humana. Esse ano pode ser a vez de Hari Budha Magar, um ex-soldado nepalês Gurkha que teve as duas pernas amputadas, chegar ao cume da montanha mais alta do mundo. Magar tem 43 anos e perdeu as pernas após pisar em uma bomba no Afeganistão no ano de 2010.  Apesar da origem simples, o nepalês sempre sonhou em escalar o Everest e fará sua primeira tentativa nessa montanha.

Hari Budha Magar no acampamento base do Everest

Todavia ele já possui experiência em montanhismo de altitude e escalou o  Pico Mera, no Nepal, com 6.476 metros de altitude, e o Mont Blanc, na França com 4.808 metros. As pessoas com deficiência não estão condenadas à paralisia, apenas têm uma maneira diferente de fazer as coisas, disse o montanhista a Agência de Notícias AFP. “Se conseguir adaptar a vida ao tempo e à situação, tudo é possível, não há limite, o céu é o limite”, completou.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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