O governo nepalês divulgou hoje, 24/04, que foram emitidas 454 permissões de escalada no Everest para essa temporada. Esse número considera apenas os montanhistas estrangeiros, uma vez que os trabalhadores de montanha e guias nepaleses não precisam desse documento para subir a montanha. Assim, o número de montanhistas tentando chegar ao topo da montanha ultrapassará facilmente a cota de mil pessoas, uma vez que normalmente cada extrangeiro conta com o apoio de um ou dois Sherpas.
De acordo com o Departamento de Turismo do Nepal essas licenças pertencem a montanhistas de 61 nacionalidades diferentes que participarão de 41 expedições até o topo do mundo. Essas permissões geraram uma renda de cinco milhões de dólares ao Nepal. Também é preciso lembrar que o montanhismo movimenta o mercado da região.
Guias, carregadores, donos de lodges e restaurantes bem como os trabalhadores da montanha são beneficiados pela visitação desses montanhistas. Os Doutores da Cascata de Gelo, por exemplo, trabalham uma vez por ano nessa montanha e já realizaram a instalação de cordas fixas e escadas até o acampamento 4 a 7900 metros de altitude.
Já no lado tibetano da montanha não há estimativa de quantas pessoas escalarão a montanha esse ano. O governo chinês continua proibindo a entrada de estrangeiros para escalar o Everest.
História de superação
Desde que o Everest foi conquistado a 70 anos atrás, essa montanha sempre registra grandes histórias de superação humana. Esse ano pode ser a vez de Hari Budha Magar, um ex-soldado nepalês Gurkha que teve as duas pernas amputadas, chegar ao cume da montanha mais alta do mundo. Magar tem 43 anos e perdeu as pernas após pisar em uma bomba no Afeganistão no ano de 2010. Apesar da origem simples, o nepalês sempre sonhou em escalar o Everest e fará sua primeira tentativa nessa montanha.
Todavia ele já possui experiência em montanhismo de altitude e escalou o Pico Mera, no Nepal, com 6.476 metros de altitude, e o Mont Blanc, na França com 4.808 metros. As pessoas com deficiência não estão condenadas à paralisia, apenas têm uma maneira diferente de fazer as coisas, disse o montanhista a Agência de Notícias AFP. “Se conseguir adaptar a vida ao tempo e à situação, tudo é possível, não há limite, o céu é o limite”, completou.